Vídeos e áudios enviados a amigas são prova de assédio a escrivã
Vídeos e áudios de Rafaela Drummond, de 31 anos, enviados a amigos, são as novas provas que tem a Polícia Civil para dar continuidade às investigações sobre o suicídio da escrivã no dia 9 deste mês, na casa da família, em um distrito de Antônio Carlos.
O caso está na delegacia Regional de Barbacena, tendo à frente o delegado Alexsander Soares Diniz, chefe do departamento. No entanto, o desejo da família de Rafaela é que toda a investigação passe a ser feita pela Corregedoria de Polícia Civil, em Belo Horizonte, segundo afirma o pai da moça, Aldair Divino Drummond.
Nos novos áudios obtidos pela Polícia Civil, Rafaela relata a amigas a ocorrência de assédio moral e sexual, perseguição, boicote e até uma tentativa de agressão física por parte de um colega de trabalho.
Em um dos desabafos, ela demonstra medo. “Não quis tomar providência porque ia me expor. Isso é Carandaí, cidade pequena. Com certeza ia se voltar contra quem? Contra a mulher. Eu deixei, prefiro abafar. Eu só não quero olhar na cara desse boçal nunca mais”, narra a escrivã.
Os indícios são de que todos os problemas aconteceram na Delegacia de Carandaí. Rafaela diz ainda que foi aconselhada a deixar os problemas de lado, que deveria esquecer o que lhe desagradasse. Conta ter sofrido o assédio sexual de um colega, em 2022.
“Eu nem contei pra vocês, porque, sabe, umas coisas que me desgastam. Quanto mais eu falo, mais a energia volta. Fiquei calada. Fiquei quieta na minha, achando que as coisas iriam melhorar. Eu não incomodo muita gente, mas, enfim, agora chega”, disse Rafaela.
Já se sabe que os áudios às amigas tinham sido enviados em fevereiro. No entanto, a perseguição e assédios teriam começado antes, pouco depois de ela chegar à Delegacia de Carandaí.
Já se sabe, também, que Rafaela tentou sair de Carandaí. Ela pediu transferência para Conselheiro Lafaiete, mas o pedido foi ignorado pelos superiores.
O celular de Rafaela, onde estão armazenadas diversas mensagens, está sendo periciado e é a principal peça na investigação.
FONTE: Estado de Minas