UE lamenta pouco avanço com a China em matéria comercial
O embaixador da União Europeia na China, Jorge Toledo, lamentou neste domingo (2) a falta de avanços com a China em matéria comercial, enquanto os 27 países da UE buscam reduzir sua dependência econômica em relação ao gigante asiático.
A Comissão Europeia suspendeu seus esforços para fazer os Estados-membros e o Parlamento ratificarem um acordo de investimento alcançado no final de 2020 com a China, após sete anos de negociações e divergências sobre os direitos humanos na região de Xinjiang, de maioria muçulmana.
Em meio ao arrefecimento das relações bilaterais, a UE também decidiu, em maio, "reajustar" sua posição em relação à China, de modo a reduzir sua dependência econômica.
"Lamento dizer que temos um diálogo econômico e comercial que não avançou, ou pelo menos não de uma maneira substancial, nos últimos quatro anos", disse Toledo.
O diplomata, que falou em um fórum realizado em Pequim, não especificou a quais temas se referia.
"Queremos negociar com a China, mas precisamos de avanços e precisamos deles este ano", insistiu o representante da UE em Pequim.
Para a UE, a China é, "ao mesmo tempo, um parceiro, um concorrente e um rival sistêmico", ressaltou Jorge Toledo.
Um dos temas mais tensos com a China é a ambiguidade de sua posição em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Embora a China não reconheça os territórios anexados pela Rússia na Ucrânia, também não condenou a intervenção militar.
A Ucrânia "é a questão que pode fazer, ou desfazer, as relações entre a União Europeia e a China", alertou o embaixador da Espanha na China, Rafael Dezcallar Mazarredo.
FONTE: Estado de Minas