Comitê Internacional da Cruz Vermelha anuncia mais 270 demissões

11 set 2023
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O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em crise financeira, anunciou nesta segunda-feira (11) o corte de mais 270 vagas em sua sede em Genebra até 2024, depois de ter demitido 1.500 funcionários este ano no mundo.

Esses 270 postos representam 20% das 1.400 pessoas empregadas na sede.

Outros "cortes significativos" estão planejados no exterior, mas os números serão divulgados apenas em novembro, afirmou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em entrevista coletiva.

Ante a redução dos orçamentos disponibilizados pelos países para ajuda humanitária, o CICV levou seu orçamento provisório de 2024 para 2,1 bilhão de francos suíços (US$ 2,152 bilhão, ou R$ 10,6 bilhões na cotação atual), uma queda de 13% em relação a 2023, em um momento em que as necessidades nunca foram tão importantes.

Este ano, o CICV cortou 1.500 empregos e revisou para baixo seu orçamento, após constatar que a generosidade diminuiu, devido aos fundos bastante significativos destinados à Ucrânia por seus aliados, em um contexto de guerra com a Rússia.

"O conflito na Ucrânia tem repercussões e um impacto que transcende fronteiras. Vimos isso com os preços dos alimentos, a inflação e as consequências econômicas desse conflito que são experimentadas em regiões como o Chifre da África, o Sahel, o Oriente Médio e outros lugares", acrescentou Mardini.

Ele ressaltou que a organização, que conta com cerca de 20 mil funcionários ao redor do mundo, foi "pega de surpresa" este ano pela falta de fundos.

Em um comunicado, o CICV observou que as delegações "terão menos capacidade para ajudar as pessoas necessitadas, dado que os orçamentos operacionais e o número de funcionários tiveram de ser reduzidos".

Ele acrescentou que "o CICV está extremamente preocupado com as consequências que esta redução da assistência humanitária terá sobre as pessoas que vivem no meio de conflitos armados e outras situações de violência".

Nos últimos meses, o CICV pediu ajuda aos países doadores.

"Não é para cantar vitória, mas nos dá segurança a resposta muito positiva de muitos países doadores que compreenderam o problema", disse Mardini.


FONTE: Estado de Minas


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