Justiça da Geórgia emite dez acusações em caso de Trump envolvendo as eleições de 2020

15 ago 2023
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A justiça da Geórgia emitiu, nesta segunda-feira (14), dez acusações na investigação sobre a suposta tentativa do ex-presidente Donald Trump de alterar o resultado das eleições de 2020 neste estado-chave do sul dos Estados Unidos, de acordo com meios de comunicação locais.

Após um dia de audiência, imagens de televisão mostraram na noite de segunda-feira um juiz assinando as conclusões do grande júri.

No entanto, os nomes das pessoas acusadas e as acusações não foram revelados imediatamente.

Aparentemente, os documentos estavam sendo processados por um secretário judicial antes de poderem ser tornados públicos.

Caso seja formalmente acusado, essa seria a quarta acusação em menos de seis meses contra Trump, o favorito para receber a indicação republicana e disputar as eleições presidenciais de 2024.

Especialistas jurídicos preveem que a promotora do condado de Fulton, Fani Willis, recorrerá a uma lei vigente na Geórgia sobre crime organizado, geralmente usada contra gangues, que prevê penas de 5 a 20 anos de prisão.

Entre as testemunhas, dois ex-congressistas democratas e o ex-vice-governador republicano da Geórgia testemunharam perante o grande júri.

A promotora constituiu esse grande júri, um painel de cidadãos com poderes de investigação, para determinar se havia evidências suficientes para acusar Trump, particularmente por fraude e interferência eleitoral.

Sem esperar o resultado, o ex-presidente atacou na segunda-feira em sua plataforma Truth Social uma das testemunhas: o ex-vice-governador republicano Geoff Duncan, dizendo que ele "não deveria" depor no caso.

E ele voltou a atacar a promotora, a quem acusou de "apenas querer 'pegar Trump'". Além disso, reiterou, sem provas, que foi vítima de fraude na Geórgia em 2020 em benefício de seu adversário Joe Biden.

- Telefonema -

A investigação teve início após um telefonema, em janeiro de 2021 - cuja gravação foi tornada pública -, no qual Trump pediu a um funcionário local, Brad Raffensperger, que "encontrasse" cerca de 12.000 cédulas em seu nome que faltavam para ganhar os 16 delegados da Geórgia.

Nos Estados Unidos, os cidadãos não elegem diretamente o presidente, mas escolhem os delegados que compõem o Colégio Eleitoral de cada estado, que votarão em um ou outro candidato.

Espera-se que as acusações revelem "uma série de atos ilícitos para reverter o resultado das eleições na Geórgia: hackeamento de computadores, declarações falsas, assédio, etc.", enumera Anthony Kreis, professor de direito da universidade deste estado, nas redes sociais.

O jurista conservador Jonathan Turley acredita que a importância dada a este telefonema "revelará" a credibilidade do caso.

"Se a acusação for baseada neste telefonema, parecerá um golpe político", escreveu em um artigo publicado nesta segunda-feira.

Os advogados de Trump também protestaram em um comunicado depois que vários meios de comunicação alegaram ter visto brevemente um documento listando as acusações contra seu cliente no site do tribunal.

O tribunal negou que fosse oficial, o que não impediu os advogados de acusarem a promotoria do condado de "não respeitar a integridade do processo do grande júri".

O grande júri já recomendou a acusação de uma dúzia de pessoas, sem especificar quem são.

Para evitar possíveis pressões ou violência, foram instaladas barreiras de segurança em frente ao tribunal no centro de Atlanta, onde a investigação está ocorrendo.

Ao contrário dos julgamentos federais, o processo judicial na Geórgia é televisionado, mas o magnata, que deve grande parte de sua fama a um programa de 'reality show', pode optar por ser representado por um advogado.

Mesmo se ele vencesse as eleições de 2024, se fosse condenado, ele não poderia perdoar a si mesmo ou fazer com que a procuradoria retirasse as acusações, porque trata-se de um caso nos tribunais do estado da Geórgia, sobre o qual o estado federal não tem autoridade.

Trump já foi acusado em outros três casos: suposta conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 (em um caso em Washington), negligência na gestão de documentos confidenciais (em um tribunal da Flórida) e supostos pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô para comprar seu silêncio (em um tribunal de Nova York).

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FONTE: Estado de Minas


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