Milhares de opositores em Honduras protestam contra ‘comunismo’ da presidente

19 ago 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Milhares de opositores ao governo de Honduras protestaram, neste sábado (19), nas ruas da capital e em frente à Casa Presidencial contra a presidente Xiomara Castro, a quem acusam de buscar implantar o "comunismo".

"O governo não está cumprindo o que prometemos (...) e Xiomara Castro, infelizmente controlada pelo comunismo internacional, está preocupada em promover a Venezuela, Cuba e Nicarágua", disse Salvador Nasralla, ex-aliado da presidente.

Nasralla, designado como vice-presidente e líder do Partido Salvador de Honduras, de direita, se aliou a Castro antes da ex-primeira-dama assumir a presidência em 2022, mas neste ano se distanciou do governo.

Partidos de direita e organizações opositoras formaram na quarta-feira o Bloque de Oposição Cidadã (BOC) para enfrentar o que consideram "abusos do Poder Executivo" e exigir soluções para o aumento dos preços, o desemprego, a migração de hondurenhos para o exterior e a insegurança pública.

Além de Nasralla, o bloco é composto por líderes do Partido Nacional, que governou por 12 anos após o golpe de Estado de 2009 contra o presidente Manuel Zelaya, marido da atual mandatária.

Na manifestação, participou o general aposentado que liderou o golpe de Estado contra Zelaya, Romeo Vásquez, que publicamente propôs uma medida semelhante para encerrar o governo da presidente Castro por ser "comunista".

Após o anúncio da formação do bloco opositor, a presidente Castro disse na sexta-feira: "O povo me acompanhará nesta expressão: eles não voltarão e o povo não permitirá".

A oposição acusa o governante Partido Liberdade e Refundação (Libre) de tentar implantar o "comunismo" e abusar do poder ao aprovar leis sem os votos necessários no congresso.

No Congresso Nacional, os contrários a Castro têm 128 assentos, enquanto o Libre tem apenas 50.

O Libre venceu as eleições de 2021 em aliança com Nasralla, que na época argumentou a necessidade de tirar o presidente Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, do poder, a quem acusou de liderar um cartel de narcotraficantes.

Em abril de 2022, três semanas depois de Castro assumir o governo, Hernández foi extraditado para os Estados Unidos para enfrentar acusações em um tribunal de Nova York de "conspiração" por transportar 500 toneladas de cocaína para território norte-americano entre 2004 e 2022.

"Marcham aqueles que têm as mãos manchadas de sangue (pelo golpe de 2009) e o nariz cheio de cocaína", disse o líder do Libre, Gilberto Ríos, a jornalistas.


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO