Wall Street fecha em queda, puxada por postura ofensiva do Fed

20 set 2023
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A bolsa de Nova York fechou em queda, após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano), nesta quarta-feira (20), de manter estáveis suas taxas básicas de juros, mas prevendo um novo aumento antes do fim do ano.

Consequentemente, o Dow Jones recuou 0,22%, enquanto o tecnológico Nasdaq caiu 1,53% e o índice S&P 500 perdeu 0,94%.

O Fed manteve inalteradas suas taxas básicas de juros, conforme a expectativa dos mercados, em uma faixa de 5,25% a 5,50%, seu nível mais alto em 22 anos, mas antecipou uma nova alta ainda este ano.

A decisão foi adotada de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária (FOMC).

Para 2024, o banco central americano espera juros da ordem de 5,1% frente aos 4,6% estimados em junho.

O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou em coletiva de imprensa posterior ao comunicado que, embora a inflação esteja perdendo fôlego, voltar "de forma duradoura" à meta de 2% "levará tempo".

O Fed elevou onze vezes suas taxas básicas de juros desde março de 2022, na tentativa de encarecer o crédito e desaquecer o consumo e os investimentos, que pressionam a alta dos preços.

O banco central americano "estabeleceu as bases para uma nova alta dos juros em 2023 e suas projeções só mostram dois cortes em 2024, contra quatro anteriormente", disse Art Hogan, da B. Riley Wealth Management, apontando para um sinal de que os juros vão continuar altas por mais tempo que o esperado.

O Fed foi "um pouco mais agressivo do que previam" os mercados, acrescentou Rusty Vanneman, da Orion Advisor Solutions. "E isso afundou o mercado".

Os juros dos bônus do Tesouro voltaram a subir em reação a esta decisão. O rendimento dos papéis a dez anos é de 4,39%, nível máximo desde novembro de 2007. Enquanto isso, os bônus a dois anos, mais reativos à política monetária, registraram 5,17%, um máximo em 17 anos.

"Nós nos dirigimos para um final de ano irregular, à medida que (os operadores) digerem projeções menos favoráveis que o previsto para os ativos de crescimento, que impulsionaram o mercado em 2023", comentou Alex McGrath, da NorthEnd Private Wealth.

O analista se referiu às grandes capitalizações do setor tecnológico, que impulsionaram a bolsa nova-iorquina desde janeiro.


FONTE: Estado de Minas


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