A estrela pornô e o presidente: a saga que manchou Donald Trump

04 abr 2023
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Em julho de 2006, os caminhos do então astro da TV Donald Trump e de uma diva do cinema pornô se cruzaram durante um torneio de golfe perto de Lake Tahoe, no oeste dos Estados Unidos.

Aos 60 anos, o futuro presidente dos Estados Unidos, que acabara de ter um filho com sua esposa Melania, posou com uma camisa polo amarela e um boné vermelho ao lado da estonteante Stormy Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford e que tinha 27 anos na época.

O que se seguiu ao encontro é motivo de debate. Daniels garante que eles passaram a noite juntos, enquanto Trump nega ter mantido relações sexuais com a atriz, a quem acusa de ser uma "vigarista".

O que quer que tenha acontecido em Nevada, a ex-stripper recebeu mais tarde 130 mil dólares (cerca de R$ 420 mil, nos valores da época) para ficar quieta, poucos dias antes da eleição presidencial de 2016.

Esse pagamento levou Trump a ser indiciado criminalmente, algo sem precedentes para um ex-presidente americano. O tribunal de Nova York suspeita que ele violou as leis de financiamento de campanhas eleitorais.

Há alguns dias, quando a decisão parecia iminente, Stormy Daniels recorreu à ironia e voltou a chamar Trump de "minúsculo", depois de o republicano tê-la apelidado de "cara de cavalo" nas redes sociais.

- "Pitbull" -

O tom entre os dois, segundo a atriz, nem sempre foi tão amargo.

Para seduzi-la, em 2006, Trump disse que ela era "especial" e ofereceu-lhe uma participação no seu programa "O Aprendiz", que não se concretizou apesar de, segundo ela, terem mantido contato.

Em 2011, Stormy Daniels tentou pela primeira vez tornar públicos os detalhes do encontro quando tentou vender seu testemunho à revista de entretenimento 'In Touch' por 15 mil dólares (cerca de R$ 28 mil, nos valores da época).

A revista, no entanto, desistiu de publicar a entrevista após ser ameaçada de processo por um dos advogados mais próximos de Trump, Michael Cohen.

Segundo a atriz, um estranho se aproximou dela pouco tempo depois em um estacionamento de Las Vegas para intimidá-la e ordenar que ela "esquecesse Trump".

Daniels ficou em silêncio, mas apenas até o magnata do setor imobiliário vencer as primárias republicanas de 2016, quando retomou o contato com a mídia para tentar monetizar sua história.

Michael Cohen, apelidado de "pitbull" de Trump, tentou novamente comprar seu silêncio, como já havia feito com a colega Karen McDougal em um assunto semelhante.

Após as negociações, o advogado pagou a Stormy Daniels 130 mil dólares (cerca de R$ 420 mil, nos valores da época) do próprio bolso sob um acordo de confidencialidade assinado em 28 de outubro, sob os pseudônimos "Peggy Peterson" e "David Dennison".

- Confidencialidade -

Trump foi eleito e meses se passaram sem que nada acontecesse, até que o Wall Street Journal revelou a transação em janeiro de 2018.

A princípio, Cohen cobriu o presidente e garantiu que ele nunca foi reembolsado. Enquanto isso, Stormy Daniels aparecia na televisão limitando-se a sorrir.

No entanto, em março a estrela pornô pediu à Justiça que anulasse o acordo de confidencialidade e começou a aparecer a ambientes e clubes nudistas em uma turnê chamada "Make America Horny Again" ("Deixe os Estados Unidos com Tesão de Novo", em tradução livre), aludindo ao próprio slogan da campanha de Trump: "Make America Great Again" (Torne os Estados Unidos Grandes Novamente, em tradução livre).

Em outubro, Daniels publicou uma autobiografia intitulada "Full Disclosure", na qual ela afirma que sua noite com Trump foi "a menos impressionante" de sua vida e descreve seu sexo sem muitos elogios.

Além do dano a sua imagem e da frieza que Melania parece mostrar a ele, a situação se agravou para Trump na esfera judicial.

Investigado por fraude em diversos casos, o advogado Cohen concordou em cooperar com as autoridades. Em agosto de 2018, ele admitiu ter feito o pagamento à atriz pornô "a pedido" de Trump.

Enquanto isso, o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, que se juntou à equipe de advogados do magnata republicano, admitiu ao vivo na Fox que a Trump Organization reembolsou Cohen pelo dinheiro.

Trump foi forçado a admitir o pagamento, mas afirmou no Twitter que não usou "dinheiro da campanha". Em quatro anos de processo, o ex-presidente se recusou a depor aos promotores de Nova York e os acusou de terem "incriminado uma pessoa completamente inocente".

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21ST CENTURY FOX


FONTE: Estado de Minas


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