A represa de Kakhovka, uma infraestrutura crucial para a Crimeia

06 jun 2023
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A represa de Kakhovka, que provoca uma troca de acusações entre Kiev e Moscou sobre qual lado foi responsável pela destruição parcial da barragem, é uma infraestrutura crucial do sul da Ucrânia, que fornece água para a península da Crimeia, anexada pela Rússia.

A central hidrelétrica e a represa foram ocupadas pelas tropas russas no início da invasão da Ucrânia - o conflito começou em 24 de fevereiro de 2022.

A represa, sobre o rio Dnieper e a 150 quilômetros de distância da central nuclear de Zaporizhzhia, está na linha de frente entre as regiões controladas por Moscou e o restante da Ucrânia, no momento em que as tropas de Kiev organizam operações para testar as defesas russas antes de uma grande contraofensiva.

O dique da barragem, de concreto e terra, tem 16 metros de altura e 3.273 metros de comprimento. É uma das maiores infraestruturas do tipo na Ucrânia.

A central hidrelétrica tem uma potência de 334,8 megawattss, segundo a operadora ucraniana Ukrgidroenergo.

Construída em 1956, durante o período soviético, a represa hidrelétrica de Kakhovka permite enviar água para o canal da Crimeia do Norte, que começa no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, ocupada e anexada por Moscou desde 2014.

Na mesma área fica o reservatório de Kakhovka, um depósito de água artificial formado no rio Dnieper, com 240 km de comprimento e até 23 km de largura.

A destruição da represa pode provocar grandes dificuldades para o abastecimento de água da Crimeia, um território que Kiev deseja recuperar.

O incidente desta terça-feira inundou várias localidades, total ou parcialmente, segundo as autoridades ucranianas, que denunciaram "um crime de guerra" da Rússia.

"O objetivo dos terroristas é evidente: criar obstáculos para as ações ofensivas das Forças Armadas ucranianas", declarou Mikhailo Podoliak, conselheiro da Presidência.

As autoridades designadas por Moscou na região de Kherson, sul da Ucrânia, acusaram Kiev de "múltiplos ataques" contra a represa.

De acordo com o governo ucraniano, "quase 16.000 pessoas estão na zona crítica", ameaçada de inundação. Moscou afirmou que 14 localidades, nas quais moram "mais de 22.000 pessoas", estão nesta situação, mas afirmou que o cenário está "sob controle".

Em outubro, em um momento de intensos combates na região durante uma contraofensiva bem-sucedida de Kiev, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou as tropas russas de terem instalado minas na represa e em unidades da central.


FONTE: Estado de Minas


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