Conflito na Colômbia deixou mais de 12 mil vítimas de minas em três décadas

04 abr 2023
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A Colômbia registrou, em média, 32 vítimas de minas terrestres por mês nas últimas três décadas, o que a torna o sexto país do mundo mais afetado por este problema, informou a Defensoria do Povo nesta terça-feira (4).

"Entre 1990 e 2022, foi registrado um total de 12.322 vítimas de minas", artefato usado por diversos grupos armados, em meio ao conflito interno prolongado, destacou a entidade, que vela pelo respeito aos direitos humanos.

Guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes espalham este tipo de explosivo para proteger suas zonas históricas, cultivos ilícitos, e para causar danos ao adversário.

"Não é possível conceber um país em paz quando ainda existem minas terrestres, munições não detonadas e artefatos explosivos improvisados em nossos territórios, colocando em risco a vida das pessoas que vivem nas áreas mais afetadas pelo conflito", manifestou o defensor do povo, Carlos Camargo, no Dia Internacional de Conscientização contra as Minas Terrestres.

O Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas (Unmas), por sua vez, informou em seu relatório mais recente que, em 2021, a Colômbia foi um dos países mais afetados por minas terrestres, com 152 eventos, superada por Afeganistão (1.074), Iêmen (528), Nigéria (462), Mali (252) e Iraque (224).

O Unmas manifestou preocupação com a situação humanitária no departamento de Nariño, onde ocorreu quase a metade (47%) dos acidentes com minas em todo o país neste período. O sudoeste da Colômbia abriga o maior número de narcocultivos do mundo, no país que mais exporta cocaína.

Segundo o Escritório do Alto Comissariado para a Paz, em 491 dos 1.100 municípios do país foram desativadas as minas terrestres existentes, e, atualmente, 78% de todo o território está livre desta ameaça. Em 2022, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou 41 vítimas de minas.

Apesar do acordo de paz assinado em 2016 com a então guerrilha das Farc, a violência continua na Colômbia e já deixou mais de 9 milhões de vítimas em meio século, a maioria refugiados internos. Transformada em partido político, a organização colabora com a desminagem das áreas onde atuou durante guerra contra o Estado.


FONTE: Estado de Minas


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