‘Deus vai saber julgar eles’, diz pai de Rafaela Drumond após audiência de delegado apontado como omisso em caso de assédio da filha fazer acordo para pagar multa

28 nov 2023
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Escrivã foi encontrada morta em casa no dia 9 de junho após ter denunciado episódios na delegacia onde trabalhava em Minas Gerais. Sessão definiu pagamento de R$ 2 mil e arquivamento do processo. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil

Reprodução/Redes Sociais

“Deus vai saber julgar eles”. A fala é do pai de Rafaela Drumond após audiência de conciliação, escrivã encontrada morta em casa no dia 9 de junho após ter denunciado episódios de assédio na delegacia onde trabalhava em Carandaí, em Minas Gerais.

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Durante sessão, realizada na tarde de segunda-feira (27), para analisar o crime de condescendência criminosa — quando uma autoridade pública se omite diante de uma infração penal cometida por um subordinado — cometido pelo delegado Itamar Cláudio Netto, ficou acordado o pagamento de R$ 2 mil de multa e o arquivamento do processo.

Após a audiência, o pai da escrivã disse que aguarda o resultado da perícia realizada por um perito contratado pela família para contestar a investigação realizada pela corregedoria da Polícia Civil e, posteriormente, acionar o Governo do Estado, caso aja novas provas contra os investigados.

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Enquanto isso, o pai afirmou que aguarda a Justiça de Deus e explica que o assédio acabou com a saúde mental e autoestima de Rafaela.

“Deus vai saber julgar eles. O assédio acabou com a saúde mental da minha filha. Minha filha acabou. Depois que esse delegado fez esse assédio monstruoso, pesado, acabou com a minha filha, acabou com a autoestima dela”, completou.

Aldair Drumond, pai de Rafaela

TV Integração/Reprodução

Relembre o caso

09/06:

Rafaela Drumond foi encontrada sem vida pelos pais em casa, que fica em um distrito de Antônio Carlos. A escrivã, que tinha 31 anos, era lotada em Carandaí.

12/06:

Polícia Civil abre investigação sobre a morte da policial. Em paralelo à apuração policial, o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) informou sobre o recebimento de diversas denúncias de que a vítima vinha sofrendo assédio moral, sexual, além de pressão com a sobrecarga no trabalho.

13/06:

Em entrevista à TV Integração, o pai Aldair Divino Drumond disse que a filha não chegou a contar sobre os assédios.

15/06:

Um vídeo que mostra a escrivã sendo xingada começa a circular nas redes sociais. A perícia, na época, disse que iria investigar.

21/06:

Em áudios enviados a uma amiga em fevereiro deste ano, a escrivã relatou episódios de assédio moral e sexual, perseguição, boicote e até uma tentativa de agressão física.

23/06:

Delegado e investigador de Carandaí são transferidos de unidade.

29/06:

Delegado e investigador que trabalhavam com escrivã prestam depoimento.

18/10:

Ministério Público vê omissão de delegado investigado em caso de escrivã encontrada morta.

24/10:

Justiça acata o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso. Com isso, ficou confirmado o arquivamento do inquérito policial que apurava o investigador Celso Trindade de Andrade. Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”.

17/11:

Justiça marca para o dia 27 de novembro a audiência preliminar do processo que envolve a morte da escrivã Rafaela Drumond.

27/11:

Após audiência, foi acordado que o delegado Itamar Cláudio Netto irá pagar R$ 2 mil de multa.

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FONTE: G1 Globo

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