Dona Lucinha será homenageada com estátua na porta do Mercado Central

23 jun 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Uma das maiores representantes da culinária mineira será homenageada com uma estátua de bronze. A escultura de dona Lucinha, fundadora da rede de restaurantes que leva seu nome, vai ser inaugurada durante a Semana da Gastronomia Mineira, em 8 de julho, na porta do Mercado Central, na Região Central de Belo Horizonte.
 
O monumento em tamanho natural tem aproximadamente 1,70 x 0,60m e pesa 160kg. A filha de Dona Lucinha, a chef Márcia Nunes, conta que a ideia de fazer a estátua surgiu de uma amiga da família, a fotógrafa Soraia Orsini. “Eu ia fazer uma silhueta da mamãe para ficar na porta de um café nosso. E ela disse que não. Tinha que fazer em bronze’, lembra.
 
A chef diz que a família gostou da ideia e a amiga fez a ponte com Leo Santana, conhecido internacionalmente por suas esculturas e monumentos instalados em espaços urbanos e pontos turísticos do Brasil. São dele a estátua de Carlos Drummond de Andrade instalada no calçadão de Copacabana desde 2002 e a de Tiradentes, que retrata o herói da Inconfidência Mineira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, desde 2014.
 
O projeto da obra em homenagem a dona Lucinha não é novo, teve início em 2016. Na época, ela estava inserida no projeto de um circuito literário e gastronômico da Rua da Bahia. A proposta original era instalá-la em frente ao restaurante Dona Lucinha, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul de BH, junto com outra estátua do escritor e conterrâneo Oswaldo França Júnior.
 
A chef Márcia lembra que a ideia de colocar a escultura no Mercado Central foi do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira. “O Leônidas tomou conhecimento do projeto e me disse: Dona Lucinha é uma personalidade nacional. A estátua deve ficar na Praça da Liberdade ou no Mercado Central.”
 
A família escolheu o ponto em que a escultura vai ficar, junto com Santana. “Foi uma decisão artística que fosse no cruzamento da Avenida Augusto de Lima com a Rua Curitiba.” O projeto foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura e patrocinado pela Gasmig e Cemig.
 
“Minha sensação é de êxtase. É lindo demais. Refletindo sobre o significado de uma estátua, ela é a representação de uma vida. O Leo fez uma estátua extraordinariamente bela. As pessoas olham e se comovem. Ele trouxe a alma da mamãe para o bronze. E o bronze eterniza. A lembrança e o legado dela estão aí, mas agora é uma coisa que se pode tocar”, afirma a chef Márcia.
 
Para a chef Elzinha Nunes, outra filha de dona Lucinha, a mãe agora se veste de bronze para dar ainda mais voz ao que fez por toda a sua vida: “Fazer ecoar o valor universal da Cozinha de Minas”, diz ela emocionada. A filha garante ainda que “a obra é a representação perfeita de sua importância para a história da gastronomia mineira.”
INAUGURAÇÃO A estátua será inaugurada em 8 de julho, no Mercado Central de Belo Horizonte, onde dona Lucinha era frequentemente vista. “Ela tinha lá o sentimento de estar em casa”, diz Márcia. Sua paixão pelo lugar era tão grande que a obra em sua homenagem ficará exposta carregando uma placa com a frase: “O Mercado Central me enche de encantos: lugar dos temperos, das cores e dos sabores. Aqui, sinto-me em casa!”
 
“Nós estamos trazendo do Serro um congado para prestar uma homenagem simbólica e afetiva. Mamãe era devota de Senhora do Rosário e temos muito apreço pela festa. Vai ser uma festa do povo, da família e de Minas. Ela tem um papel quase indecifrável na valorização da cozinha mineira, de tanto que ela se entregou a isso”, destaca a chef Márcia.
PREMIADA Maria Lúcia Clementino Nunes, a dona Lucinha, uma das maiores representantes da culinária mineira, morreu em abril de 2019, aos 86 anos. A mineira nascida no Serro, Região Central do estado, teve 11 filhos e 25 netos. Foi professora primária, catequista, salgadeira, doceira, feirante, quitandeira, diretora escolar e vereadora.
 
Fundadora de uma rede de restaurantes em BH e São Paulo, ganhou prêmios em vários festivais e já foi tema de samba-enredo no Rio de Janeiro. Era uma defensora incansável da cozinha mineira e de seus ingredientes simples e tradicionais, como o quiabo, o chuchu e a batata-doce, produtos marginalizados na gastronomia.
 
Ela abriu seu primeiro restaurante em 1990 e rapidamente se tornou um sucesso, inspirando uma revolução na culinária de Minas Gerais e a levando para vários cantos do país.
PROGRAME-SE
Data da inauguração: 8/7
Local: Mercado Central
Horário: 10h

FONTE: Estado de Minas

FIQUE CONECTADO