Escrivã morta não contou sobre assédio sofrido na Polícia Civil de MG para poupar a família, diz pai

13 jun 2023
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Rafaela Drumond foi encontrada sem vida na noite da sexta-feira (9), na cidade de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. Sindicato diz que ela havia denunciado assédio no jurídico dias antes. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena

Reprodução/Redes Sociais

Depois da Polícia Civil de Minas Gerais informar que abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Rafaela Drumont, escrivã da corporação em Carandaí, o pai dela, Aldair Divino Drumond, conversou com a TV Integração, nesta quarta-feira (13), sobre a perda da filha, de 31 anos.

A escrivã foi encontrada sem vida pelos pais na noite da sexta-feira (9), em um distrito na cidade de Antônio Carlos.

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Conforme o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG), há denúncias de que ela vinha sofrendo assédio moral, sexual além de pressão com a sobrecarga no trabalho.

Segundo Aldair, o comportamento de Rafaela, que visitava os pais em Antônio Carlos a cada 15 dias, estava diferente. A suspeita dele e da esposa é que ela estivesse focada e tensa nos estudos para a prova de um concurso para o cargo de delegada.

“Há três meses minha filha não estava no estado normal”, diz.

“Busquei ela terça-feira da semana passada e na sexta aconteceu toda essa tragédia. Fiquei perdido, não entendi o que aconteceu com a minha filha. Uma menina cheia de vida, com emprego e tudo e, de repente, dá essa tragédia. Fui em outro mundo e voltei. Enterrei ela no sábado, no domingo a gente ficou vagando e na segunda saiu essa notícia que aconteceu no trabalho dela. Quero que seja elucidado esse caso”.

Ele acredita que a filha tenha preservado a família e, por isso, não contou sobre as situações que vivia no ambiente de trabalho.

“O que acalenta um pouco é que, na tarde de ontem [terça], depois que cheguei a sair na cidade, fui chamado na delegacia de Barbacena, que estava a escrivã que é chefe de todas as escrivãs do Estado, com mais uma assistente social e uma psicóloga da própria Polícia Civil, que entrou no caso. (...) Pelo menos me conforta, que o caso da minha filha vai ser elucidado. Eu acredito no trabalho da Polícia Civil, órgão no qual a minha filha e, de qualquer forma está ali, pertencia e tinha sonho de continuar lá”.

Sindep indica assédio

Segundo o Sindep, Rafaela teria feito contato com o jurídico do sindicato na semana passada denunciando assédio sofrido no ambiente de trabalho. A entidade, no entanto, disse que o conteúdo da denúncia será mantido em sigilo.

O órgão disse ainda ter recebido outras denúncias, e que uma visita técnica seria realizada na Regional. Contudo, não houve tempo hábil da intervenção antes da morte da escrivã.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) também teria sido acionada para a realização de uma audiência pública para discutir o caso.

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FONTE: G1 Globo

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