Esplanada das Mesquitas, local sagrado e muito sensível de Jerusalém

05 abr 2023
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A Esplanada das Mesquitas, cenário de confrontos violentos na madrugada desta quarta-feira (5), é um local ultrassensível localizado na Cidade Velha de Jerusalém.

Chamado de Monte do Templo pelos judeus, este é o terceiro local mais sagrado do islã e o mais sagrado do judaísmo. A área é um barril de pólvora, onde o menor incidente pode provocar distúrbios.

- Construção no século VII -

A Esplanada ocupa 14 hectares na parte elevada da Cidade Antiga de Jerusalém. Fica na parte leste da cidade, setor palestino ocupado e anexado por Israel em 1967, e que os palestinos desejam transformar na capital do Estado a que aspiram.

Chamado pelos muçulmanos de Al-Haram al-Sharif (Nobre Santuário), o lugar abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa (A Distante), santuário mais afastado que, segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé teria visitado. O Domo da Rocha se eleva acima do lugar, onde o profeta teria ascendido ao céu.

A Esplanada é o terceiro local mais sagrado do Islã - depois da Grande Mesquita de Meca e da Mesquita do Profeta de Medina, na Arábia Saudita.

A construção teve início no século VII, após a tomada de Jerusalém pelo califa Omar. Está construída sobre o local do templo judaico destruído pelos romanos no ano 70, que tem como único vestígio o Muro das Lamentações.

Chamada pelos judeus de Har HaBayit (Monte do Templo), a esplanada é o terceiro local mais sagrado dos judaísmo.

- Múltiplos confrontos -

Israel afirma que não deseja modificar o "status quo" herdado do conflito de 1967. As normas tácitas autorizam os muçulmanos a visitarem a Esplanada a qualquer hora do dia e da noite, enquanto os judeus podem entrar em horários determinados, mas sem a possibilidade de rezar.

Com frequência, porém, ultranacionalistas judeus provocam incidentes, ao rezarem na Esplanada depois de entrarem no local como simples visitantes.

Isto cria tensões com fiéis muçulmanos, que temem que Israel modifique as normas que regulamentam o acesso à Esplanada das Mesquitas. O complexo é administrado pela Jordânia, mas o acesso é controlado pelas forças de segurança de Israel.

A polícia israelense controla os visitantes não muçulmanos que entram na Esplanada das Mesquitas pelo Portal do Magreb.

Em 1996, uma decisão israelense de abrir uma nova entrada ao oeste da Esplanada provocou distúrbios que deixaram 80 mortos em três dias.

Em 28 de setembro de 2000, a visita à esplanada de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita israelense, foi considerada uma provocação pelos palestinos. No dia seguinte, os violentos confrontos entre palestinos e policiais israelenses deixaram sete mortos a tiros entre os manifestantes, deflagrando o início da Segunda Intifada.

Em agosto de 2019, os choques entre policiais israelenses e fiéis na Esplanada das Mesquitas deixaram dezenas de feridos, durante importantes celebrações judaica e muçulmana.

Em 2021, durante o Ramadã, manifestações noturnas em Jerusalém e tumultos que se espalharam até a Esplanada deflagraram 11 dias de guerra entre o movimento islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e o exército israelense.

Confrontos eclodiram várias vezes na primavera de 2022, o que provocou centenas de vítimas palestinas dentro e ao redor da esplanada.

Líder da extrema-direita de Israel e ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, foi alvo de muitas críticas depois de fazer uma rápida visita à esplanada em 3 de janeiro de 2023.

Em 5 de abril, a polícia israelense anuncia a detenção, em pleno Ramadã, de mais de 350 pessoas após confrontos violentos durante a madrugada contra pessoas que definiu como "jovens fora da lei e agitadores mascarados". O grupo estava entrincheirado dentro da mesquita de Al-Aqsa.


FONTE: Estado de Minas


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