Greve de ônibus em Buenos Aires complica dia e altera humor dos argentinos

07 jul 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Uma greve de ônibus por reivindicações salariais complicou o dia e alterou os ânimos desta sexta-feira (7) em Buenos Aires, em um dia que se agravou com uma greve surpresa em uma das linhas ferroviárias que ligam a capital argentina à periferia.

A cidade de Buenos Aires acordou vazia de "coletivos", como os argentinos chamam os ônibus, devido ao cumprimento quase total da paralisação das atividades convocada pela Unión Tranviarios Automotor (UTA), o sindicato dos motoristas.

A medida de força também afetou a periferia, a cidade de La Plata (sul) e seis províncias.

No marco de uma inflação anualizada de mais de 100% e de uma negociação coletiva fracassada, o governo de Alberto Fernández havia ordenado um aumento salarial para o setor, que as empresas se recusaram a cumprir.

O serviço de transporte público de passageiros é concessionado, mas é subsidiado pelo Estado para manter o valor da passagem que aumenta todo mês e cujo mínimo em Buenos Aires atualmente é de 50 pesos (0,94 centavos, na cotação atual), dos mais baixos da América Latina.

"Queremos cobrar o que é a resolução do governo", declarou o sindicalista Roberto Fernández, chefe da UTA.

O governo convocou uma reunião de empresários e trabalhadores do transporte com a intenção de resolver o conflito, que descreveu como um "lockout patronal".

"Lamentamos a situação que se gerou em consequência deste lockout patronal, que tem uma resposta dos trabalhadores quando não recebem os valores que o governo depositou nas contas das empresas e devem ser pagos conforme acordado", alertou o ministro de Transporte, Diego Giuliano, à emissora C5N.

Em Buenos Aires, apenas o metrô funciona nesta sexta-feira como serviço de transporte coletivo.

Escolas públicas e universidades suspenderam suas atividades devido a dificuldades de mobilidade.

Cerca de 11 milhões de pessoas viajam diariamente nas 388 linhas de ônibus, com um total de 18.400 unidades, que percorrem a capital e sua periferia, segundo um estudo de 2019 da Universidade de San Martín.

A situação ficou mais tensa na estação ferroviária Once, em Buenos Aires, quando um protesto surpresa se juntou à greve coletiva na linha ferroviária Sarmiento.

Cerca de vinte funcionários hierárquicos reunidos nos trilhos da estação de Castelar (40 km a oeste) impediram a partida dos trens, por isso a linha, na qual circulam diariamente cerca de 300 mil pessoas que vão e vêm entre a capital e a zona oeste, ficou sem serviço por várias horas até o meio da manhã.

Sem ônibus ou trens, cidadãos enfurecidos bloquearam o trânsito com cercas nas avenidas vizinhas, até serem expulsos por agentes armados da Guarda de Infantaria.

Em Constitución, terminal onde chegam os trens que vêm da periferia sul, dezenas de pessoas esperavam resignadas em longas filas de táxis ou carros de aplicativo, embora os metrôs e ferrovias estivessem mais vazios do que de costume, antecipando um dia de difícil circulação, observou a AFP.


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO