Secretário-geral da ONU pede mais apoio ao Haiti ante ‘violência sem precedentes’

03 jul 2023
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu, nesta segunda-feira (3), que se "aumente o apoio" à polícia haitiana para enfrentar a onda de "violência sem precedentes" dos últimos meses.

Guterres chegou a Trinidad e Tobago para participar da cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom), procedente do Haiti, "onde a situação de segurança está se deteriorando rapidamente, e as necessidades humanitárias disparam".

"Reitero meu apelo a todos os parceiros para que aumentem seu apoio à polícia nacional haitiana, seja na forma de financiamento, treinamento, ou equipamento", disse ele em entrevista coletiva, após reunião com o primeiro-ministro de Trinidad, Keith Rowley.

"Devemos fazer mais, coletivamente, para ajudar o povo haitiano a traçar um caminho rumo às eleições e a uma solução política", insistiu.

A ONU manifestou sua preocupação com a violência imposta por gangues que aterrorizam o país mais pobre das Américas.

A diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, disse na semana passada que a situação no Haiti "nunca esteve tão ruim" e citou casos de meninas sendo estupradas, e meninos, recrutados por gangues criminosas.

Guterres reiterou seu apelo à "mobilização de uma força de segurança internacional autorizada pelo Conselho de Segurança" e que seja "capaz de cooperar com a Polícia Nacional do Haiti para desmantelar as gangues que criaram essa violência sem precedentes".

"Não pode haver segurança duradoura sem instituições democráticas reforçadas, e não pode haver instituições democráticas fortes sem uma melhora drástica na situação de segurança", frisou.

O chefe da ONU deve discursar na cerimônia de abertura da cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom), da qual também participará, na quarta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken. Ele se reúne com o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que há quase um ano pediu uma intervenção internacional no território.

Até agora, nenhum país se declarou disposto a liderar uma força de intervenção. Brasil e Canadá são os mais envolvidos nas discussões, enquanto os Estados Unidos preferem apoiar um reforço da polícia local.

"Está na hora de que aqueles que têm capacidade de criar as condições básicas dessa força deem um passo à frente", disse Guterres, lembrando que os países africanos e caribenhos manifestaram sua intenção de participar.

"Precisamos que os atores-chave assumam um forte compromisso", completou.


FONTE: Estado de Minas


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