UEMG vai pesquisar fósseis de ovos de répteis encontrados em Minas

23 maio 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!
Fósseis de ovos de crocodilomorfos, grupo de répteis que viveram há cerca de 80 milhões de anos, encontrados durante uma obra de duplicação da BR-365, em Monte Alegre de Minas, na região do Triângulo Mineiro, em outubro de 2021, serão guardados e analisados pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Os sedimentos ficarão no campus de Ituiutaba, também no Triângulo. 
O ninho estava imerso em rochas sedimentares conhecidas como arenitos, que estão associadas à formação geológica chamada Vale do Rio do Peixe. Para especialistas, o achado indica que, durante o período, a região possuía um ambiente diferente do de hoje, o Cerrado. 
De acordo com o paleontólogo Pedro Victor Buck, coordenador do Laboratório de Paleontologia da UEMG Ituiutaba, agora os fósseis serão analisados para determinar a espécie exata dos crocodilomorfos. Além disso, a universidade pretende entender as rotinas da espécie, como comportamento reprodutivo e processo de fossilização.
Os ovos foram encontrados por uma máquina de escavação. “Quando ela [a máquina] avança, quase destrói tudo o que está no talude. Por sorte, a concha puxou o material, paramos o serviço, e, após o almoço, fui dar uma olhada nos rejeitos. Foi quando encontrei essa ninhada de ovos, numa ação de sorte mesmo”, explicou o paleontólogo Paulo Macedo, contratado pela empresa responsável pela obra de duplicação da rodovia.

Pesquisa

Agora, os fósseis vão passar por estudos mais detalhados, entre eles medições de comprimento e largura. “Também observaremos quantos ovos foram encontrados, quais estão mais inteiros e quais estão fragmentados ou pintados. Essa será a primeira descrição”, detalhou o coordenador do Laboratório de Paleontologia da UEMG Ituiutaba.
Embora acredite que sejam ovos de um crocodilo terrestre semelhante ao encontrado na região, ele não descarta a possibilidade de serem ovos de dinossauro. Pedro Victor Buck explica que é possível distinguir as estruturas de casca dos crocodilos terrestres e dos dinossauros por meio de análises microscópicas. 
Paulo Macedo, que já encontrou centenas de outros fósseis, considera essa descoberta como algo único: "Pense bem, se você está com uma ninhada de ovos, qualquer pressão pode quebrá-los. Conseguir encontrar algo assim é inédito." 

FONTE: Estado de Minas

FIQUE CONECTADO