Cânions de Capitólio: dois anos após a tragédia que matou 10 pessoas, segurança é afrouxada e o uso de capacete e coletes salva-vidas se torna facultativo

08 jan 2024
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Decreto municipal em vigor há quase um mês se baseou em estudos de geólogos feitos nos cânions desde a queda do paredão que atingiu 4 embarcações. Setor de turismo comemora decisão e está otimista com o aumento de visitantes neste verão. Lago de Furnas, em Capitólio

Cristiano Machado / Imprensa MG

A tragédia que matou 10 pessoas e feriu outras 20 no Lago de Furnas, em Capitólio, Sul de Minas Gerais, completa 2 anos nesta segunda-feira (8). Desde a queda do paredão rochosos dos cânions que atingiu 4 embarcações, o local turístico chegou a ficar interditado, depois foi reaberto parcialmente, e agora há menos de um mês teve as regras de segurança no acesso afrouxadas por decreto municipal bem na época em que as visitas de turistas podem crescer até 90% em relação a outros períodos do ano.

A tragédia que matou 10 pessoas e feriu outras 20 em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, completa dois anos nesta segunda-feira (8).

Desde a queda do paredão que se desprendeu nos cânions e atingiu quatro embarcações, o 'Mar de Minas' foi interditado, depois reaberto gradativamente com regras rígidas para o acesso de turistas e agora, há quase um mês, teve as normas de segurança afrouxadas por decreto municipal na tentativa de retomar o mesmo número de visitantes antes do acidente.

Dentre as alterações nas normas, o uso facultativo de capacetes e coletes salva-vidas. Veja abaixo:

Normas de segurança para acesso aos cânions:

Ainda conforme o decreto, o monitoramento poderá ser diário em caso de acidentes e/ou movimentos de grandes massas de solo e rocha, tombamento, queda ou desplacamento de blocos de grande magnitude. Nestes casos, os cânions serão fechados até a liberação pelo responsável técnico pelo monitoramento e a Prefeitura.

Segundo o prefeito Cristiano Gerardão (PP), as flexibilizações foram feitas devido aos bons resultados dos estudos geológicos que estão sendo feitos nos cânions desde março de 2022.

"A nossa região hoje é referência pra várias outras cidades do país. A gente pode considerar que Capitólio hoje é a cidade mais responsável no turismo náutico, no ecoturismo e no turismo de aventura", disse no dia em que assinou o decreto.

Gerardão disse ainda que as novas regras foram possíveis após parceria com Marinha, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e com os municípios de São João Batista do Glória e São José da Barra, que também são banhados pelo lago da hidrelétrica de Furnas.

A medida agradou aos empresários, comerciantes e autônomos que vivem do turismo em Capitólio, setor que é a base da economia local e corresponde a 70% da arrecadação total do município, segundo a Secretaria de Turismo.

🔔 Receba no WhatsApp notícias do Centro-Oeste de MG

Além das mortes das vítimas e dar perdas dos familiares, a tragédia foi também um grande impacto na fonte de renda de milhares de moradores que atuam em hotéis, pousadas, restaurantes, lanchonetes, embarcações e complexos turísticos de Capitólio e região.

Capitólio está entre os destinos turísticos mais procurados do Centro-Oeste de Minas

Lucas Magalhães/Divulgação

Ainda no fim do mês do mês passado, com as regras flexíveis, o município atingiu 90% na taxa de ocupação de turistas. Valor que demonstrou otimismo para 2024, segundo o diretor interino da Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio (Ascatur), Gustavo Damata.

"Já estávamos em uma crescente durante todo ano de 2023 e, agora, só ocorreu uma comprovação de que o espaço está seguro. Isso soma com certeza e assim vamos atrair cada vez mais turistas."

Quem também compartilha do sentimento de otimismo é a dona de uma imobiliária que vende e aluga imóveis de temporada na região. Marina Carvalho que viu o movimento cair 80% nos últimos dois anos, agora espera alavancar o negócio. "Tivemos uma queda terrível e agora começamos a ver as visitações e consequentemente procuras por imóveis, crescerem novamente".

O dono da pousada Escarpas Eco Village, Vitor Oliveira Vasconcelos, contou que tem registrado taxas de ocupação que variam de 60% a 90% desde outubro do ano passado.

"Com certeza estamos no nosso melhor momento. É inegável que a flexibilização é um bônus no que se refere a aumento de demanda e estamos confiantes de que vamos cada vez mais atrair mais turistas."

O marinheiro Paulo César Santos, que guia passeios em uma lancha, há mais de cinco anos na cidade, pensou em desistir do setor no período de crise. No entanto, assim como os demais colegas, viu o movimento crescer já no ano passado. "Não vou negar que pensei em desistir, acho que todo mundo que passa por dificuldade pensa, mas agora graças a Deus a realidade tem sido outra."

Região dos cânions passou por estudos geológicos para ter normas de visitação flexibilizadas

Joel Silva/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Como chegar a Capitólio

Capitólio não conta com aeroporto comercial com voos regulares e o trajeto até lá é por via terrestre. A MG-050 é a principal rodovia que leva ao município saindo de Belo Horizonte, o trajeto dura cerca de 4h30.

Para quem viaja de avião e pretende alugar um carro até o destino, as melhores opções de aeroportos são o Aeroporto de Ribeirão Preto, que está a cerca de 240 km e o Aeroporto Internacional de Confins (CNF), distante cerca de 320 km.

Relembre a queda do paredão que matou 10 pessoas

Deslizamento de pedra atinge embarcações nos Canyons de Furnas em Capitólio

LEIA TAMBÉM:

EM BOM DESPACHO: Lotérica de MG que vendeu aposta vencedora de mais de R$ 117 milhões na Mega da Virada tem fama de 'pé-quente'

VOCÊ VIU? Queda de helicóptero em Capitólio, carro capota na MG-050 e Mega da Virada tem aposta vencedora em Bom Despacho

📲 Siga o g1 Centro-Oeste: Instagram, Facebook e Twitter

📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Centro-Oeste

VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO