Cemitério que virou mercado, estacionamento que antes era cinema: veja antes e depois de locais históricos de Divinópolis

01 jun 2023
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Se o Mercado Municipal é mesmo 'mal-assombrado' fica difícil comprovar, mas que o terreno já abrigou um campo-santo e uma igreja, isso é fato histórico. No aniversário de 111 anos da cidade, o g1 traz fotos e curiosidades de lugares que marcaram a evolução divinopolitana. O Arquivo Público dispõe de um acervo fotográfico que pode despertar muitas lembranças especiais em quem vive em Divinópolis. Imagens históricas de locais que marcaram época.

No aniversário de 111 anos do município, celebrados nesta quinta-feira (1º), o g1 traz imagens de 10 lugares que se transformaram ao longo dos anos, além de curiosidades pelo olhar do historiador Elizeu Ferreira. Confira.

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Cemitério e capela no passado, Mercado Municipal no presente

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Inaugurado no dia 1º de junho de 1959, o Mercado Municipal de Divinópolis ficou conhecido pelas variedades de produtos comercializados e chegou a ser considerado um dos mais modernos do país nos anos 1950.

O que muita gente não sabe é que antes da construção do mercado, o terreno serviu como cemitério e abrigou também a antiga Capela de Nossa Senhora do Rosário, que teve as estruturas demolidas em 1958.

"É exatamente por isso que o mercado carrega a lenda de ser mal-assombrado. Ali naquele espaço era de fato, o cemitério da cidade, que anos mais tarde passou para a Rua Minas Gerais", destacou o historiador Elizeu Ferreira.

Cine Popular ficou nas lembranças

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Localizado no coração da cidade, o estacionamento na Avenida Primeiro de Junho, entre as ruas Itapecerica e João Notine, é um espaço que nasceu da demolição do Cine Popular, inaugurado em 1950.

Para Elizeu, integrante do cenário cultural de Divinópolis lamentam que o prédio tenha se tornado um espaço para guardar veículos. Um marco quando começou a funcionar, o local era ponto de encontro de jovens e adultos que se divertiam com os filmes e seriados em cartaz.

"Tenho um apreço muito grande por esse cinema, não só pela história que ele carregou, mas também porque tive a oportunidade de frequentar quando era garoto. Era um cinema para classe mais baixa, sendo que já existiam outros em Divinópolis e , por isso, foi nomeado de Cine Popular", disse.

Fechada por muitos anos, a estrutura do Cine Popular foi completamente demolida em meados da década de 1990 e hoje tem capacidade para abrigar cerca de 100 veículos.

O imponente Edifício Costa Rangel

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O Costa Rangel é até hoje símbolo de imponência para Divinópolis, justamente pelos seus 19 andares. Erguido no ano de 1988, por muito tempo foi prédio mais alto do município, no encontro das ruas São Paulo com Antônio Olímpio de Morais.

O quarteirão que pertencia à Igreja Batista foi vendido para a construtora de Carlos José de Melo. O empreendedor sempre fez questão de destacar que o prédio foi à época a construção mais ousada e, por isso, coerente com o desenvolvimento de Divinópolis.

"Assim que ficou pronta, a edificação ganhou o nome do pastor da Igreja Batista Antônio da Costa Rangel e, por muito tempo a igreja teve um andar inteiro no edifício até o espaço ser vendido. Anos mais tarde, a igreja construiu a própria sede na Rua Pernambuco e Costa Rangel se tornou inteiramente comercial", contou o historiador.

Hospital Santa Lúcia, a 2ª unidade hospitalar da cidade

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Fundado em 1959 pelo médico Waldemar Rouch, o Hospital Santa Lúcia, inicialmente chamado de Casa de Saúde Santa Lúcia foi a segunda unidade hospitalar de Divinópolis. A primeira foi a extinta Santa Casa de Misericórdia, onde hoje funciona o asilo Lar dos Idosos.

"Marcado por ser um ponto de referencia para quem sai do Centro e vai para os bairros Santa Clara e Bom Pastor, o Santa Lúcia sempre foi um hospital com capacidade para atender a cidade e região. Inicialmente, ele funcionava na Rua Rio de Janeiro em tamanho menor e, em seguida, passou para a Avenida JK", lembrou Elizeu.

Seis anos depois, Divinópolis passou a contar com um novo hospital, o São Judas Tadeu. Somente em 1968 foi fundado o Hospital São João de Deus.

Bairro Porto Velho, um dos primeiros de Divinópolis

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Localizado na região Sudeste de Divinópolis, o Bairro Porto Velho está entre os primeiros fundados na cidade. A marca registrada do local é a ponte sobre o Rio Itapecerica, que liga a região ao Centro da cidade.

Atualmente, quem mora no bairro praticamente não precisa se dirigir ao Centro para quase nada, diante da diversidade de comércios instalados no local. No entanto, na década de 40, a região era totalmente residencial.

O nome é uma homenagem a um morador que tinha um porto com canoas.

"O Porto do Velho era o dono das embarcações que atravessavam as pessoas no Rio Itapecerica", lembrou Elizeu.

A ponte do Bairro Niterói

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Assim como o Porto Velho, o Bairro Niterói também está entre os primeiros criados na cidade. A ponte que liga a região ao Centro foi construída inicialmente para ligar o município à capital Belo Horizonte.

A ponte que teve a primeira versão de madeira foi erguida por operários, sob a liderança do capitão Domingos Francisco Gontijo, em 1851.

"Pela fragilidade à época, no ano de 1906 a ponte foi arrastada pela enchente do rio e só 1939 foi construída ao lado, a ponte de concreto", destacou o historiador.

Região dos shoppings

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Ao passar pela movimentada região dos shoppings, no Bairro Santa Clara, é difícil imaginar que na década de 19

20, no mesmo local, estava instalada uma linha férrea por onde passava o trem com destino ao município de Pitangui.

"A Rua Pitangui, pouco á frente dos shoppings, recebeu esse nome justamente por causa do trem que passava por ali e levava os passageiros para o município de mesmo nome. Em 1970, a linha foi retirada do local pelo então prefeito Antônio Martins, que duplicou o trecho e asfaltou", relembrou o historiador.

Atualmente, a região abriga fábricas de roupas e os três principais shoppings de vestuário da cidade.

Comércio na Primeiro de Junho

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A Avenida Primeiro de Junho sempre foi um importante centro comercial em Divinópolis. A imagem acima mostra a avenida no encontro com a Rua São Paulo, onde funcionou na década de 1920 a primeira bomba de abastecimento de veículos a álcool.

"Essa bomba de abastecimento significou um marco para Divinópolis, pois em Minas Gerais ainda não se tinha abastecimento a álcool. A cidade foi pioneira justamente por conta da Usina Gravatá, onde hoje é o teatro, que produzia álcool à base de mandioca", relembrou Elizeu.

Ponto histórico: quarteirão da Getúlio Vargas e Rio de Janeiro

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O quarteirão onde funciona a Central de Regulação do Samu, o Serviço de Luto e a Policlínica, na Rua Rio de Janeiro com Getúlio Vargas, já abrigou a Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA), mas bem antes, em 1973, o local abrigou a primeira rodoviária do município e a sede da Prefeitura.

"Ali é um importante ponto de Divinópolis e sempre foi. A Prefeitura, que inicialmente funcionou onde hoje é a Câmara, passou para esse local na parte superior, em 1973. Na parte de baixo era a rodoviária. Para dar ainda mais visibilidade foi construída uma torre para um relógio que foi uma verdadeira relíquia para o município", disse.

Anos mais tarde, com a reforma do espaço, a relíquia se tornou um mistério. O relógio desapareceu e até hoje ninguém sabe do paradeiro dele, como contou Elizeu.

" Já se passaram quase 30 anos de buscas e não há uma pista de onde ele possa estar", finalizou o historiador.

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FONTE: G1 Globo


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