Suspeita de matar enteado em Pains é indiciada; foram identificadas escoriações e hematomas em várias partes do corpo da vítima

09 ago 2023
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Inquérito foi concluído pela Polícia Civil e encaminhado à Justiça. Caso ocorreu no dia 24 de julho; madrasta, que está presa, nega o crime. Polícia Civil divulgou informações sobre a conclusão do inquérito que apurou a morte de um menino em Pains; madrasta foi indiciada

Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil informou que a mulher de 34 anos, suspeita de matar o enteado de quatro anos em Pains, no dia 24 de julho, foi indiciada por homicídio qualificado. Em depoimentos, ela, que está presa, nega ter cometido o crime.

Os autos foram encaminhados à Justiça na última sexta-feira (4) para análise e adoção de providências legais. Os detalhes sobre a conclusão do inquérito foram divulgados em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (9), em Formiga.

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Conforme as conclusões do médico legista Marcelo Moura, encarregado do exame necroscópico da vítima, constatou-se que o menino tinha diversos indícios de desnutrição e maus-tratos.

“Foram identificadas escoriações e hematomas em várias regiões do corpo, incluindo a região genital, o crânio, a área do couro cabeludo e a orelha direita. Além disso, observou-se uma divergência entre os horários estimados para o óbito. De acordo com os sinais post-mortem, o falecimento ocorreu às 9h30 daquele dia, enquanto a investigada solicitou ajuda somente por volta de 11h40, evidenciando um lapso temporal bastante extenso. A criança e suas roupas estavam limpas, o que indica que ela supostamente teria sido higienizada momentos antes de ser encaminhada à unidade de saúde", detalhou o legista.

“As investigações apontam para agressões à criança naquela manhã, resultando em seu falecimento. Considerando que a suspeita estava sozinha com o enteado no momento dos fatos, concluímos que ela foi responsável por ações que resultaram no óbito", informou o delegado responsável pelo inquérito policial, Patrick Carvalho.

Os relatos

O caso começou a ser investigado no último dia 24 assim que funcionários do Hospital Municipal acionaram as polícias Civil e Militar relatando que a vítima chegou à unidade sem sinais vitais e apresentando ferimentos em diversas partes do corpo.

Na oportunidade, no hospital, a suspeita relatou que durante a madrugada a criança teve episódios de vômito e diarreia. Ainda segundo a mulher, pela manhã, após o pai sair para trabalhar, o menino subitamente caiu no chão.

A madrasta alega ter solicitado assistência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas antes da chegada da ambulância, terceiros levaram a criança ao hospital por conta própria.

O pai relatou que a relação do casal era muito conturbada. Eles estavam juntos há cerca de dois anos e tinham histórico de consumo de substâncias entorpecentes. Ele também revelou que a criança não foi alimentada nas 24 horas anteriores aos acontecimentos, devido à recusa da suspeita em permitir que ele a alimentasse, alegando que a criança tinha diarreia. O pai informou que saiu para trabalhar após se despedir do filho, que estava dormindo. Posteriormente ele foi acionado no hospital quando soube da morte do menino.

As investigações apontaram ainda que já havia uma suspeita anterior de maus-tratos em relação à criança, que estava sendo monitorada pelos órgãos de proteção devido a relatórios feitos pela escola onde ela estudava. A criança também tinha diagnósticos de autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

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Perícia identificou sinais de alteração na casa

Segundo o perito criminal Alisson Barbosa, que investigou o local, foram identificados sinais de alteração na local do crime. Foi observado que o piso na área onde estava o berço da criança estava úmido, sugerindo uma limpeza recente apenas nessa região.

A suspeita foi confirmada pelos exames de detecção de vestígios de sangue (luminol) que revelaram traços sanguíneos em locais previamente lavados, como o berço e a parede próxima ao berço.

Outras manchas de sangue também foram encontradas no colchão do berço, na parede e na calça que a madrasta vestia no dia dos fatos. Um edredom com manchas de sangue também foi descoberto dentro de uma máquina de lavar.

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FONTE: G1 Globo


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