Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante se irmanam em show no festival ‘Doce maravilha’

13 ago 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante dividem palco armado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), para o festival 'Doce maravilha'

Gabriel Siqueira / Festival Doce Maravilha

♪ DOCE MARAVILHA – O encontro simbiótico de Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante em show idealizado para a primeira edição do festival Doce maravilha – atração do Rio de Janeiro (RJ) neste fim de semana, com curadoria de Nelson Motta – puxa fio que conectou os artistas há 21 anos.

Ao armar vanguardista jogo de sedução no álbum Cantada (2002), Calcanhotto reuniu a banda Los Hermanos (na música A mulher barbada) e arregimentou instrumentistas da então emergente cena musical carioca, como Alexandre Kassin, Domenico Lancellotti e Moreno Veloso.

Não por acaso, Domenico foi o baterista da banda do show de Calcanhotto com Amarante, dividindo o palco armado na Marina da Glória com músicos afins como o guitarrista Pedro Sá.

Por falarem a mesma língua musical, Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante se irmanaram no show aberto por Amarante com a lembrança de Evaporar (2007), canção autoral da banda Little Joy, em corajoso registro de voz e violão – formato ao qual voltaria ao soprar O vento (2005) em outro número solo.

Chamada ao palco por Amarante após o canto latino de Tuyo (2015), tema em espanhol feito pelo hermano para a trilha da série Narcos, Calcanhotto de início pareceu represada no canto em inglês da própria música Lovely (2023), gravada pela artista no recém-lançado álbum Errante (2023) com o toque do mandolim de Amarante.

Mas logo a cantora entrou de fato na dança. Outra música do disco Errante, o encabulado xote Pra lhe dizer (2023) flagrou a artista mais à vontade, na habitual sintaxe, com Amarante no toque do triângulo. Ainda dentro do universo nordestino, Esquadros (1992) – sucesso do segundo álbum da artista, Senhas (1992) – caminhou sem tropeços na pisada do baião.

Na sequência, Calcanhotto cantou Mais feliz (Dé Palmeira, Bebel Gilberto e Cazuza, 1986) e Amarante puxou o samba Sem compromisso (Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro, 1944) como se estivesse em show da Orquestra Imperial.

No mesmo clima carioca, Amarante fez Deixa o verão (2003) – música que compôs para álbum da banda Los Hermanos – evoluir como marchinha solar, sendo acompanhado por Calcanhotto.

Momento áureo do afinado encontro, o samba Larga tudo (2023) – da safra autoral reunida pela artista no já mencionado álbum Errante, cujo corrente show foi a base do roteiro da apresentação com Amarante – evoluiu bem, como se estivesse sendo cantado na pista de uma gafieira à moda baiana.

O número gerou samba session com a apresentação da banda virtuosa que incluiu músicos como Guto Wirtti (baixo), Diogo Gomes (trompete), Jorge Continentino (saxofone) e Marlon Sette (trombone).

Maresia (Paulo Machado e Antonio Cícero, 1981) e Vambora (1998), hits infalíveis e recorrentes nos shows de Calcanhotto, arremataram encontro que fluiu com naturalidade. Até porque, a rigor, esse encontro musical já acontece há 21 anos.

Adriana Calcanhotto canta músicas como o samba 'Larga tudo' com Rodrigo Amarante em show no festival 'Doce maravilha'

Gabriel Siqueira / Divulgação Festival Doce Maravilha


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO