Em pré-estreia de documentário sobre sua carreira, Galvão Bueno revela emoção ao revisitar palcos de narrações: ‘Mexeu muito comigo’

15 maio 2023
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Os dois primeiros capítulos da série ‘Galvão: Olha O Que Ele Fez’ chegam ao Globoplay na próxima quinta-feira (18). O documentário, com direção de Sidney Garambone e Gustavo Gomes, traz curiosidades e marcos profissionais do maior narrador da história da televisão brasileira. Galvão Bueno lança seu documentário no Rio

Raoni Alves/g1

Amigos e familiares do narrador Galvão Bueno estiveram, nesta segunda-feira (15), na pré-estreia da série documental ‘Galvão: Olha O Que Ele Fez’, numa rede de cinemas, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O documentário chega ao Globoplay na próxima quinta-feira (18).

Dividida em cinco episódios, a série conta boa parte do que aconteceu na história do esporte brasileiro nos últimos 40 anos, sob o ponto de vista do maior narrador da televisão brasileira. O documentário, com direção de Sidney Garambone e Gustavo Gomes, traz curiosidades e marcos profissionais Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno.

O nome do documentário é um dos bordões mais famosos de Galvão Bueno, criado na estreia de Ronaldinho Gaúcho pela seleção brasileira, contra a Venezuela, durante a Copa América de 1999, no Paraguai.

Durante o lançamento, Galvão contou que voltou durante as gravações a lugares que foram palcos de narrações históricas e o fizeram reviver emoções: o estádio Rosa Bowl, da final do tetracampeonato com a seleção brasileira, nos Estados Unidos, e a pista de Suzuka, no Japão, onde o Ayrton Senna conquistou três campeonatos de Fórmula 1.

"Eu me sentei imaginando que fosse exatamente aquele ponto para fazer a transmissão do tetra. Ao lado do Pelé, do Arnaldo César Coelho e de toda a equipe trabalhando. (...) Eu procurei ali sentar no mesmo lugar e foi como o tempo tivesse voltado atrás".

"[Também voltamos] ao circuito de Suzuka no Japão, onde teve um título do Nelson Pique e três títulos do Ayrton Senna. Mas ver o local da bandeirada, a chegada, me veio a cabeça 88, o primeiro título do Senna. São coisas marcantes que fazem parte da minha vida e de todos os brasileiros. Mexeu muito comigo".

Durante a cerimônia de pré-estreia, Galvão também fez questão de citar três frases que marcaram sua vida e seus autores, Boni, Armando Nogueira e Pelé.

"Os três, em conversas, em pequenas frases, me ensinaram coisas que eu carrego a muitos e muitos anos. Do Boni eu ouvi: 'Sempre é possível fazer melhor'. Foi o que eu sempre tentei fazer. O Armando Nogueira, um dia que eu errei um gol e inventei um monte de desculpas, disse que não vi, que a tava ruim, que a bola bateu aqui, não sei mais o que. Armando me chamou e disse: 'Você perdeu a oportunidade de conquistar definitivamente seu público, não faça mais isso. Quando errar, diga errei, me desculpe'. O Pelé disse uma frase fantástica que foi assim: 'Galvão, nós vivemos do carinho deles. Então temos sempre que ser carinhosos com eles".

Galvão também falou sobre sua trajetória e o que considera que faltou narrar:

"Eu acho que fiz algumas coisas, mas digo sempre que tem uma coisa que eu gostaria demais de ter feito e não pude, não consegui. Eu queria ter transmitido o título do Guga em Roland Garros. Mas não cabia naquela época em TV aberta. Ficou faltando. Mas depois ganhei o Guga de presente na Olimpíada de 2016, quando ele foi meu comentarista de tudo, de futebol, atletismo, natação, menos de tênis. Então foi muito bacana. Me faltou o Guga. Campeão de Roland Garros", comentou Galvão Bueno.

O narrador também contou que aprovou o nome do documentário: "Eu gostei demais do nome porque o 'Olha o que ele fez' remete a narração daquele gol do Ronaldinho, mas também a realidade: 'acho que fiz alguma coisa'. É uma frase que me joga no meio da turbulência do que foi a minha vida nesses quase 50 anos. Porque é sempre assim. Você conseguir captar a emoção, sem esquecer a realidade do fato. Eu sou um equilibrista andando no fio da navalha. E o equilibrista as vezes também cai. É normal".

A estreia de ‘Galvão: Olha O Que Ele Fez’ está marcada para a próxima quinta-feira (18), na Globoplay, com a liberação dos dois primeiros capítulos para os assinantes da plataforma. Os demais episódios chegarão ao streaming na semana seguinte, dia 25.

O canal Sportv também exibe a primeira parte deste documentário na quinta-feira (18), às 23h, logo após o ‘Troca de Passes’.

Galvão e a mulher, Desirée Soares

Raoni Alves/g1

5 episódios de histórias

A produção da série teve início no primeiro semestre de 2022, quando a equipe começou a montar o roteiro e a fazer as primeiras viagens para colher depoimentos.

Galvão Bueno no Estádio Rose Bowl, em Los Angeles (EUA), onde recordou o tetra

Divulgação

Para conseguir reviver as maiores emoções da vida profissional de Galvão, alguns destinos não poderiam ficar de fora desse documentário, como Estados Unidos, Japão e Catar, além de sua casa em Londrina, no Paraná, e a fazenda Candiota, no interior do Rio Grande do Sul. Imagens inéditas com bastidores de transmissões, também são pontos de destaque da série.

A série documental traz em seu primeiro capítulo a formação da personalidade de Galvão. O episódio de abertura mostra como foi a infância do narrador, conduzida por várias mãos, e marcada pela ausência do pai do jornalista.

A euforia de narrar dois títulos mundiais da seleção brasileira de futebol e conquistas especiais de clubes do país norteiam o segundo episódio da série.

Ayrton Senna do Brasil

Um dos momentos mais aguardados aparece no terceiro capítulo, quando o documentário mostra a amizade de Galvão Bueno e o piloto Ayrton Senna, um dos maiores ídolos do esporte brasileiro.

A dor de Galvão ao narrar ao vivo a morte de Ayrton durante a transmissão do Grande Prêmio de San Marino, na Itália, em 1 de maio de 1994, também está registrada na obra, assim como a paixão do narrador pelo automobilismo, a ponto de ter dois filhos que se tornaram pilotos também.

Ayrton Senna

DIvulgação

O preço da fama é o tema da quarta parte do documentário. Nesse episódio, os diretores tentam mostrar como o homem que transformou e mudou o rumo de sua profissão também sofreu com o peso de conviver com o status de estrela.

No quinto e último episódio da série, os bastidores da cobertura da Copa do Mundo de 2022 e a despedida da função de narrador da TV Globo estão presentes. Nessa parte, o público poderá perceber as qualidades e os defeitos da personalidade forte de Galvão Bueno.

Participações

Mais de 50 pessoas foram ouvidas para ajudar a montar o perfil do narrador, além do próprio Galvão Bueno. Companheiros de trabalho que viram de perto a construção deste fenômeno, como Boni, Arnaldo Cezar Coelho, Reginaldo Leme, Casagrande, Falcão, Júnior, Tino Marcos, Mauro Naves, Marcos Uchôa, William Bonner, entre outros.

Atletas que tiveram suas conquistas eternizadas nesta voz, como Hortência, Ronaldo, Romário, Cafu, Zico, Kaká, César Cielo, Felipe Massa e Rubens Barrichello. Humoristas como Marcelo Adnet e Hubert, que homenagearam Galvão em suas imitações. E a família, que conhece a intimidade de Galvão e sofreu com a ausência dele. Todos esses nomes estão no documentário e ajudaram a contar a trajetória do maior narrador da televisão brasileira e uma das vozes mais conhecidas do país.

Galvão Bueno com o diretor Sidney Garambone

Globo/João Miguel Júnior


FONTE: G1 Globo


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