Lulu Santos chega aos 70 anos com a aura jovial que envolve o cancioneiro do artista

04 maio 2023
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Compositor carioca é artesão de obra pop que constitui um 'tesouro da juventude' de valor inestimável. ♪ ANÁLISE – Lulu Santos faz hoje 70 anos. Essa frase soa estranha e provoca até incredulidade. A certidão de nascimento de Luiz Maurício Pragana dos Santos, carioca nascido em 4 de maio de 1953, atesta que o artista entra mesmo hoje no clube dos setentões do universo pop brasileiro.

Ainda assim, algo parece fora da ordem. Talvez porque Lulu chegue aos 70 anos com a aura jovial que envolve o cancioneiro pop desse artista que, embora tenha entrado em cena na década de 1970, somente disse a que veio a partir de 1981.

Cantor, compositor e guitarrista, além de produtor musical, Lulu construiu obra que – como disse certa vez Caetano Veloso – parece compor a trilha sonora de um país. Pelo menos a trilha da vida de quem foi jovem nos anos 1980 e 1990.

Às 21h de hoje, 4 de maio, Lulu passará em revista a parte mais expressiva dessa obra em show inédito que será transmitido pelo Globoplay e pelo canal Multihshow. Feita no Rio de Janeiro (RJ), cidade natal do artista, a apresentação é o pontapé inicial da turnê Barítono, cuja agenda prevê shows pelos Estados Unidos neste mês de maio antes de aterrissar em solo brasileiro em junho.

Qualquer espectador da turnê Barítono irá identificar de imediato a maioria das músicas do roteiro do show. É que as músicas de Lulu – cantor que anunciou um novo começo de era para o pop brasileiro há quatro décadas com a edição do álbum Tempos modernos (1982) – atravessam gerações como tesouros da juventude que jamais perdem o valor.

Lulu Santos personifica um dos artesões brasileiros do pop perfeito. E, por pop, entenda-se música elevada ao máximo denominador comum. Lulu nunca nivelou o pop por baixo. Seja na forma de bolero havaiano ou de pop sambalanço que mostra ser o mestre também um devoto das levadas de São Jorge Ben Jor, a música de Lulu é comunicativa. Simples, mas nunca simplória.

Essa é a qualidade dos reis da arte da fazer música pop. Eles fazem a nobreza parecer simples. Lulu reinou nos anos 1980, se jogou na pista da década de 1990 – ao lado do DJ Memê – e se recusou a colher louros nos anos 2000, década em que apresentou cinco álbuns – Programa (2002), Bugalu (2003), Letra & música (2005), Longplay (2007) e Singular (2009) – que, com o maior ou menor fôlego, ampliaram o repertório do artista.

A partir dos anos 2010, Lulu entendeu que o público prefere frequentar o museu de grandes novidades do compositor a ouvir música de fato novas. É a regra do jogo do qual Lulu sempre foi vencedor.

Dono de inumeráveis hits, embora seja até injusto reduzi-lo à função de hitmaker, Lulu Santos parece fazer 70 anos sem sentir o peso da idade. O tempo voa, mas as canções do artista já pairam acima da linha desse tempo em algum lugar que garante a eternidade ao rei do pop nativo.


FONTE: G1 Globo


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