‘Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado’, conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas

19 ago 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Thiago Guimarães, de São José dos Campos, iria viajar com a sua mãe, de 73 anos, para a Europa. Seria a primeira viagem dela para a região, mas a 123 Milhas cancelou a sua passagem. 'Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado', conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas

Arquivo pessoal/Thiago Guimarães

"Minha mãe é diarista. Pagou a passagem com seu dinheirinho suado. As patroas já tinham liberado ela pra viajar. Ela tem 73 anos e o sonho dela era conhecer Portugal. Nada disso vai acontecer."

Esse é o relato de Thiago Guimarães, psicoterapeuta de São José dos Campos (SP), que viajaria com a sua mãe, em outubro, para a Europa. Ela dividiu as despesas da viagem com ele e seria a primeira viagem da diarista para o exterior se a 123 Milhas não tivesse suspenso as suas passagens.

Na sexta-feira, a empresa emitiu um comunicado informando que cancelou a emissão de passagens aéreas e pacotes comprados para viagens entre setembro e dezembro de 2023, da sua linha Promo. Como compensação, a 123 Milhas está oferecendo vouchers.

"Eles estão me devolvendo o que eu paguei, no valor de R$ 5.990, com um acréscimo de R$ 700. Mas eu gastei muito mais. Estou com um prejuízo de mais de R$ 10 mil porque eu tinha hotel reservado e pago, ingresso de atrações, voos internos".

"Eu queria levar a minha mãe para Paris e comprei um voo que não tem reembolso. Só nesse voo, eu perdi R$ 2 mil", desabafa Thiago.

'Minha mãe é diarista e pagou a passagem com seu dinheiro suado', conta psicoterapeuta prejudicado pela 123 milhas

Arquivo pessoal/Thiago Guimarães

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê que os clientes podem ser ressarcidos por gastos adicionais que foram feitos por causa de um cancelamento. Isso se chama restituição por perdas e danos.

"O que são perdas e danos? É um dano extra, quando, por exemplo, o consumidor - acreditando que essa passagem fosse emitida no prazo - já fez aquisição de hospedagens, de ingressos para atrações, ingressos para parques, já fez locação de veículos", explica Leonardo Werlang, sócio do PG Advogados e especialista em Direito do Consumidor.

Thiago diz que vai entrar com processo contra a 123 Milhas e que não conseguiu uma solução ágil da empresa.

"Você liga na empresa e a pessoa que te atende repete uma única coisa: 'nós vamos te devolver em voucher, senhor'. Claro que as atendentes não têm culpa. Isso mostra, na verdade, que a 123 Milhas não está nem aí para explicar. Eu me sinto de mãos atadas, enganado", diz.


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO