Pais denunciam TikTok na Justiça dos EUA por desafio que causou morte de meninas

08 jul 2022
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Processo alega que algoritmo da rede social distribui conteúdo perigoso para crianças. TikTok

REUTERS

Os pais de duas meninas que morreram asfixiadas nos Estados Unidos entraram com uma ação contra o TikTok, acusando o algoritmo da rede social de incitar suas filhas a participar do perigoso "desafio do apagão", que incentiva o sufocamento até o desmaio.

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"O TikTok deve prestar contas por ter conduzido essas duas jovens a conteúdos letais", declarou nesta semana o advogado Matthew Bergman, cujo escritório é especializado em defender vítimas de abusos relacionados às redes sociais.

"O TikTok investiu bilhões de dólares na criação de produtos desenhados para distribuir conteúdo perigoso, sabendo que o mesmo pode causar a morte de usuários", ressaltou.

O aplicativo, do grupo chinês ByteDance, não respondeu à tentativa de contato feita pela AFP. No passado, lembrou que esse "jogo" surgiu antes das redes sociais.

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O "desafio do apagão", em que as pessoas prendem a respiração até desmaiarem, a fim de experimentarem sensações fortes, causa acidentes todos os anos, sendo que alguns deles resultam em morte.

A denúncia apresentada em Los Angeles no fim de junho está relacionada ao caso de Lalani Walton, 8, e Arriani Arroyo, 9, que morreram após tentarem o desafio.

"Ela achou que, se publicasse um vídeo fazendo o desafio, tornaria-se famosa, de forma que decidiu tentar", explica a denúncia, em relação a Lalani.

Em ambos os casos, o escritório de Matthew Bergman questiona a seção em que o algoritmo do aplicativo sugere vídeos baseados nas preferências do usuário.

A denúncia menciona alguns dos desafios publicados pelos usuários da plataforma. "O alcance dos danos causados pelo vício no TikTok é aterrorizante. Vai desde a distração às custas da educação, dos esportes e da socialização até a perda de sono, depressão grave, ansiedade, automutilação e morte acidental ligada ao desafio do apagão ou suicídio", ressaltam os advogados na denúncia.

Em janeiro de 2021, a Itália bloqueou temporariamente o acesso ao TikTok para usuários cuja idade não é garantida, após a morte de uma menina que havia participado do desafio do apagão.

No Brasil, o Ministério da Justiça abriu um processo para investigar se a rede social protege usuários contra conteúdos perigosos. Em junho, o órgão determinou que a plataforma deveria remover conteúdos impróprios para menores de idade.


FONTE: G1 Globo


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