Paulo Zdan, parceiro de Cassiano nos hits ‘A lua e eu’ e ‘Coleção’, morre no Rio aos 69 anos

02 out 2023
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Cantor, compositor e guitarrista carioca deixa obra autoral que inclui 'Noite do prazer', primeiro e único sucesso da banda Brylho. Paulo Zdan (1954 – 2023) foi o principal parceiro de Cassiano (1943 – 2021) , com quem compôs 'Onda' e 'Salve essa flor'

Reprodução / Facebook Paulo Zdan

♪ OBITUÁRIO – Paulo Zdanowski (28 de fevereiro de 1954 – 29 de setembro de 2023) ficava chateado – com razão – quando jornalistas e cantores citavam as músicas A lua e eu (1975) e Coleção (1976) sem informar que essas duas grandes baladas de alma soul tinham sido compostas por ele em parceria com Cassiano (1943 – 2021), geralmente apontado como único autor das canções.

De fato, os dois maiores sucessos da discografia solo de Cassiano – gênio do soul brasileiro – têm na coautoria o nome de Paulo Zdan, como o artista se apresentava no meio artístico.

Cantor, compositor, guitarrista e produtor musical carioca, Paulo Zdan morreu na sexta-feira, 29, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). Tinha 69 anos. A morte de Paulo foi comunicada em rede social pela filha do artista, Natasha Zdan, na madrugada de ontem, 30 de setembro, sem informação da causa.

Também conhecido pelo nome artístico de Paulinho Motoka, Paulo Zdan se iniciou na guitarra ainda na adolescência. Nos anos 1970, integrou a banda de Cassiano, com quem compôs todas as nove músicas gravadas pelo cantor paraibano no terceiro álbum solo de Cassiano, Cuban soul 18 kilates, joia do soul nacional.

Produzido por Paulo Zdan com Gastão Lamounier, o disco Cuban soul 18 kilates foi lançado no início de 1976, mas uma das músicas, a balada A lua e eu, foi apresentada no segundo semestre de 1975 na trilha sonora da novela O grito (TV Globo, 1975 / 1976).

Também são desse álbum músicas como Central do Brasil, Onda e Salve essa flor, além da mencionada Coleção, propagada em 1977 na trilha sonora de outra novela da TV Globo, Locomotivas, blockbuster da emissora no horário das 19h.

Tanto A lua e eu quanto Coleção são baladas dignas de figurar em qualquer antologia do soul brasileiro. A lua e eu seria regravada por nomes como Emilio Santiago (1946 – 2013), Nana Caymmi, Leo Jaime, Michael Sullivan e Claudio Zoli. Já Coleção ganharia as vozes de Djavan, Mart'nália, Ivete Sangalo e Emilio Santiago, entre outros intérpretes.

Em 1980, Paulo Zdan teve a música Nosso adeus – composta com Beto Cajueiro – gravada por Tim Maia (1942 – 1998), cantor da geração de Cassiano que também abriu alas para o soul e o funk no Brasil. Nosso adeus seria regravada por Guilherme Arantes e pelo grupo Sampa Crew.

De 1982 a 1985, Paulo integrou a banda carioca Brylho – reencarnação da banda Brilho da Cidade, criada em 1978 – com músicos como Arnaldo Brandão e Claudio Zoli, com os quais compôs o primeiro e único grande sucesso do grupo Brylho, Noite do prazer (1983), música lançada há 40 anos na voz de Zoli e desde então na memória afetiva do público.

Desfeita a banda Brylho, Zdan formou o grupo SoulRio sem obter repercussão. Contudo, àquela altura, Paulo Zdanowski já tinha inscrito o nome na história do soul, funk e R&B brasileiros como coautor de três atemporais standards do gênero.

A lua e eu, Coleção e Noite do prazer garantem a imortalidade a esse compositor que sempre mereceu crédito pela colaboração na criação dessas três grandes músicas.

Paulo Zdan em imagem dos anos 1980, década em que integrou a banda Brylho

Reprodução / Facebook Paulo Zdan


FONTE: G1 Globo


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