Por que palco eletrônico do The Town resolveu apostar em festas de fábricas abandonadas?

30 ago 2023
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Entre os dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro, o The Town faz do Autódromo Interlagos, em São Paulo, não só uma festa em termos simbólicos, como também literais. Não se deixe enganar. Carlos Capslock, Gop Tun, Batekoo, Mamba Negra e ODD são nomes que até combinam com a estética da cena eletrônica, gênero que domina o palco New Dance Order, do The Town, mas nenhum deles se refere a músicos, ou bandas. Na realidade, são festas.

Entre os dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro, o The Town faz do Autódromo Interlagos, em São Paulo, não só uma festa em termos simbólicos, como também literais. Estarão ali algumas das principais festas paulistanas.

Fazendo jus à temática do evento, que homenageia São Paulo desde a decoração dos palcos até à exibição de um musical relacionado à cidade, o festival traz diferentes energias baladeiras que rondam a capital. Do funk ao house.

Conheça os palcos do The Town

Dançando na noite paulistana

As festas incrementam às demais atrações um ânimo que vai além do gogó, do instrumental e do mixer. Para o DJ Camilo Rocha, a aposta é certeira e deve atrair não apenas os já frequentadores desses eventos, como também curiosos.

"A gente vai ver se dará certo, mas acho que conceitualmente está dentro do que o The Town se propõe a fazer", afirma o DJ.

"Nos últimos dez anos, a música eletrônica de São Paulo foi muito marcada por essas festas. São coletivos que mudaram a cara da cena."

Como comparativo, Rocha cita os clubes, que, décadas atrás, eram febre na noite paulistana, mas, hoje, são poucos e cada vez mais nichados. Ao seu ver, as festas, que são mais baratas, democratizaram o rolê.

"Na virada dos anos 2000 para os 2010, a cena tava ficando bem 'playboy'. Bem branca. Mas essas festas mudaram isso."

Se antes os eventos estavam muito embranquecidos, agora, têm até festejos voltados à celebração da cultura negra.

Palco New Dance Order, do The Town

Fábio Tito/g1

Falei com o DJ pra fazer diferente

Maior nome das chamadas festas afrocentradas, Batekoo nasceu, na verdade, em Salvador, na Bahia, mas, em 2015, migrou para São Paulo, onde ganhou projeção a nível nacional.

O grupo promete ao The Town uma apresentação dividida em cinco atos, cada um retratando diferentes momentos de suas performances.

Preparativos para o The Town

Fábio Tito/g1

"O Megazord da diáspora está quase pronto", diz Artur Santoro, curador da Batekoo, que, das festas do lineup, é a de maior apelo popular.

"São Paulo é uma cidade que nunca se esgota, né? Então, ampliar o olhar curatorial para festas na posição de headliners [do palco New Dance Order] permite um vasto panoramas de possibilidades dos mais diversos nichos. Acredito que vai ter um impacto muito positivo tanto para este ano quanto para os próximos anos do festival."

Palco Skyline, do The Town

Fábio Tito/g1

Da fábrica ao The Town

Com techno, house, dance music, breakbeat e funk, o palco, que vem sendo chamado de NDO, diversifica os estilos das celebrações eletrônicas da cidade. Ainda assim, a maioria de suas escalações é undergound.

Conhecidas por brincar com o grotesco — em performances, decorações e figurinos —, Carlos Capslock, ODD, Gop Tun e Mamba Negra costumam acontecer em galpões, fábricas abandonadas e, às vezes, na rua, o que torna a presença delas no The Town, no mínimo, curiosa.

"Essas festas têm uma atmosfera mais subversiva, mais alternativa. E de repente, você vai estar lá num palco aberto, com o stand do McDonald's do lado e as mil ativações de marcas do festival? Sempre tem essa questão quando o underground é colocado numa plataforma mais mainstream", diz o DJ Rocha.

Palco The One, do The Town

Fábio Tito/g1

"Tem gente que acha que perde a essência, mas tem quem fale que é bom porque expande [a proposta] a novos públicos."

Ele lembra ainda que, além dos festejos, o palco também apostan na priorização de "nomes clássicos" da eletrônica e em feats inusitados, como Marina Lima cantando ao lado de Badsista.

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FONTE: G1 Globo


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