Twitter diz que não violou acordo de fusão com Elon Musk

11 jul 2022
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Bilionário afirmou na sexta-feira (8) que desistiu de comprar a rede social porque houve uma violação de várias disposições do acordo; ações do Twitter começaram a semana em forte queda. Elon Musk e o Twitter: Uma relação antiga e polêmica

O Twitter afirmou nesta segunda-feira (11) que não violou nenhuma das obrigações sob um acordo de fusão com o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk.

Em documento enviado à SEC, órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, Musk disse que houve uma violação de várias disposições do acordo e, por isso, desistia da compra por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 231 bilhões).

A afirmação da rede social à agência Reuters surgiu horas após o bilionário publicar um meme zombando do Twitter por possível batalha judicial. O meme com quatro frases e fotos dele ao lado de cada afirmação dando risada repercutiu nas redes sociais:

"Eles disseram que eu não podia comprar o Twitter. Então, eles não divulgariam informações do bot. Agora, querem me obrigar a comprar o Twitter no Tribunal. Agora, eles têm que divulgar informações do bot no Tribunal".

Elon Musk publica meme falando que Twitter terá que informar sobre bots de spam

Reprodução/Twitter

Desistência

O anúncio da saída do bilionário do negócio aconteceu três meses depois que ele chegou a um acordo com o conselho de administração do Twitter. Antes da oferta da compra, Musk chegou a adquirir 9% das ações da rede social.

O homem mais rico do mundo vinha questionando a plataforma sobre o número de contas falsas e de spam, e já havia ameaçado desistir da compra se não pudesse realizar sua própria análise. A rede social diz que os perfis fake representam menos de 5% de sua base de 229 milhões de usuários.

Mas Musk diz que sua análise parcial a partir de dados fornecidos pela companhia mostram que o número é maior.

Segundo seus advogados, tudo indica que as informações divulgadas sobre as contas suspeitas são "falsas ou materialmente enganosas".

"A análise preliminar dos consultores de Musk das informações fornecidas pelo Twitter até o momento faz com que Musk acredite fortemente que a proteção de contas falsas e de spam incluídas na contagem de usuários relatada é muito superior a 5%", afirmam advogados do bilionário em carta enviada à SEC nesta sexta-feira.

Ações em queda

As ações do Twitter começaram a semana em forte queda, depois que o bilionário Elon Musk desistiu de comprar a rede social.

Por volta das 11h10 desta segunda-feira (11), as ações da empresa recuavam cerca de 7%, negociadas a pouco mais de US$ 34. Na sexta, já eram negociadas a US$ 36,81 – 32% abaixo da oferta de US$ 54,20 de Musk.

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Bots de spam

Em maio, o bilionário chegou a afirmar que as contas suspeitas no Twitter poderiam representar 20% da base de usuários. O novo documento aponta que o Twitter não forneceu todos os dados que, na avaliação de Musk, seriam necessários para finalizar a negociação.

Ele tornou o assunto público na rede social e, quando o presidente-executivo, Parag Agrawal, defendeu a empresa em uma série de tuítes, Musk respondeu com um emoji de cocô.

Musk foi processado por acionistas do Twitter por suposta manipulação de mercado com declarações públicas

Logo da empresa Twitter ao lado do perfil do bilionário americano, Elon Musk

Dado Ruvic/REUTERS

O que acontece agora?

O acordo determina que Musk deve pagar multa de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) se houver quebra de contrato ou se o negócio virar uma disputa judicial. A empresa também pode ser obrigada a pagar a mesma taxa de rescisão ao bilionário em circunstâncias específicas.

Após o anúncio da desistência do dono da empresa de foguetes SpaceX e da fabricante de carros elétricos Tesla, o Twitter prometeu uma batalha judicial para fazer o negócio ser cumprido.

"O conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados com o sr. Musk e planeja entrar com uma ação legal para fazer cumprir o acordo de fusão. Estamos confiantes de que prevaleceremos no Tribunal de Chancelaria de Delaware", afirmou a empresa.

"Acreditamos que as intenções de Elon Musk de encerrar a fusão são mais baseadas na recente vendas do mercado do que na 'falha' do Twitter em atender aos seus pedidos", disse o analista Brent Thill, da Jefferies, em nota, de acordo com a Reuters.

A polêmica sobre contas falsas

O recuo vinha sendo desenhado há algum tempo. Em 13 de maio, Musk chegou a dizer que o acordo estava suspenso temporariamente, alegando que o Twitter não conseguiu justificar os pedidos dele para saber mais sobre a abundância de contas falsas e de spam na rede social.

O anúncio fez com que as ações da companhia caíssem em torno de 20% nas negociações prévias à abertura da Bolsa de Nova York. Em junho, ele voltou a ameaçar desistir da compra, pelo mesmo motivo.

Mas Musk disse que não acreditava que as "metodologias de teste negligentes" da empresa eram adequadas e que queria conduzir sua própria análise. Por isso, solicitou dados à rede social.

Segundo o comunicado de encerramento do acordo, o primeiro pedido de Musk ao Twitter sobre a prevalência de contas falsas ou de spam na plataforma foi feito em 9 de maio. O bilionário alega ter feito repetidas tentativas para conseguir os dados, mas que só recebeu dados incompletos da plataforma.

O questionamento de Musk sobre a quantidade de contas suspeitas no Twitter foi apontado por analistas como uma possível tentativa do bilionário de renegociar ou até mesmo se afastar do negócio.

O que Musk queria com a rede social?

Em abril, quando o acordo foi anunciado, Musk afirmou que o Twitter tem um "potencial tremendo" e deve ser uma "arena" da defesa da liberdade de expressão.

"Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando bots de spam e autenticando todos os humanos", disse o bilionário na ocasião.

Musk afirmou que queria abrir o código do algoritmo da rede social, que orienta, por exemplo, a exibição de posts, e autenticar todos os usuários humanos.


FONTE: G1 Globo


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