Em Washington, Zelensky recebe garantias de envio de armas de defesa aérea

21 set 2023
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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, obteve, nesta quinta-feira (21), em Washington, garantias de que receberá armas de defesa aérea na guerra contra a Rússia, mas deixará os Estados Unidos sem os mísseis de longo alcance que queria.

A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden anunciará um novo pacote de ajuda ao país que incluirá "defesa aérea para ajudar a Ucrânia", mas "decidiu que não entregará mísseis ATACMS, embora não tenha excluído esta possibilidade no futuro".

Com semblante sério e vestindo seu habitual uniforme militar, Zelensky foi recebido pelos líderes dos partidos Republicano e Democrata no Congresso, onde se debate uma nova ajuda militar e humanitária para seu país. Ele declarou aos jornalistas que tem mantido "um diálogo muito bom" com os parlamentares.

O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, um fervoroso partidário de ajudar a Ucrânia, assim como Biden, disse que Zelensky lhe disse: "Se não recebermos ajuda, vamos perder a guerra".

"Eu enfatizei que uma vitória da Ucrânia garantiria que nem a Rússia, nem qualquer outra ditadura, possam desestabilizar novamente o mundo livre", declarou Zelensky na rede social X, antigo Twitter. "Para ganhar, temos que permanecer unidos", insistiu.

O presidente ucraniano também foi ao Pentágono e é recebido, junto com sua esposa, por Joe e Jill Biden, às 16h (horário de Brasília), na Casa Branca.

O clima mudou em Washington desde que Zelensky visitou a capital americana em 21 de dezembro de 2022, pela primeira vez desde a invasão russa em fevereiro do mesmo ano. À época, a visita aconteceu em segredo. Agora, a sensação de urgência desapareceu, e a oposição republicana assumiu o controle da Câmara Baixa.

De qualquer modo, seu discurso aos congressistas recebeu duas ovações de pé, informou o senador democrata Chris Murphy no X. E, segundo o republicano Michael McCaul, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes, Zelensky afirmou "estar vencendo" no terreno.

"Perguntei a ele: do que você precisa? Qual é seu plano para a vitória?", acrescentou o congressista, que acredita na aprovação de uma nova ajuda de US$ 24 bilhões (em torno de R$ 118 bilhões, na cotação atual). E isso apesar das árduas negociações com os republicanos, cujo líder na Câmara, Kevin McCarthy, está sob pressão da ala mais conservadora de seu partido para cortar o fornecimento a Kiev.

- Orçamento -

O risco de paralisação orçamentária no Estados Unidos complica ainda mais a situação, caso os parlamentares não cheguem a um acordo antes de 1º de outubro sobre ao menos uma lei provisória.

Um dos obstáculos nas negociações é o orçamento dedicado à ajuda militar e humanitária à Ucrânia.

É "vital" que o Congresso desembolse os US$ 24 bilhões solicitados pelo Executivo para apoiar os ucranianos, afirmou na quarta-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

O presidente americano está consciente do perigo de perder o impulso, à medida que a guerra se prolonga, e o inverno se aproxima.

"A Rússia acredita que o mundo vai se cansar e deixá-la destruir a Ucrânia sem consequências", advertiu na terça-feira na ONU o presidente americano, candidato à reeleição em 2024.

Durante uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, na quarta, Zelensky denunciou a "agressão criminosa" de Moscou e o "bloqueio" do órgão da ONU por causa do direito de veto russo.

Biden quer "ter uma ideia do que se passa no campo de batalha", mas também "dizer muito claramente ao presidente Zelensky que estaremos com eles o tempo que for necessário", afirmou Kirby na quarta-feira.

O tema do fornecimento de ajuda à Ucrânia também parece complicar-se em outros países, como na Polônia, um dos principais aliados de Kiev desde o início da invasão russa, em meio a uma disputa recente sobre as exportações de cereais.

Na quarta-feira, o governo polonês afirmou que não fornecerá mais armamento à Ucrânia e que irá investir em equipar seu próprio exército. No entanto, nesta quinta-feira, garantiu que a declaração sobre o fim do envio de armas foi mal interpretada e que está "disposto a conversar".

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FONTE: Estado de Minas


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