Ex-líder escocesa Nicola Sturgeon é detida por investigação sobre finanças

11 jun 2023
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A ex-líder separatista escocesa Nicola Sturgeon foi detida neste domingo (11) como parte de uma investigação sobre irregularidades financeiras em seu partido, informaram a polícia e a imprensa britânica.

"Uma mulher de 52 anos foi presa hoje (...) como suspeita na investigação em andamento sobre o financiamento e as finanças do Partido Nacional Escocês", anunciou a polícia, enquanto a BBC e a agência de notícias PA disseram se tratar de Sturgeon.

A mulher está sob custódia e está sendo interrogada, acrescentou a polícia.

A prisão representa um novo golpe para o Partido Nacional Escocês, o SNP, enfraquecido após a saída inesperada de sua carismática líder após oito anos no comando.

Segundo uma porta-voz de Sturgeon citada pela PA, a ex-líder compareceu de maneira voluntária ao interrogatório policial, "no qual ela seria detida e interrogada".

"Nicola sempre disse que iria cooperar com a investigação (...) e continua a fazê-lo", continuou a mesma fonte.

Trata-se da terceira detenção nesta investigação, que está abalando a cena política escocesa.

A polícia realizou buscas em várias propriedades, incluindo a residência de Sturgeon e seu marido, Peter Murrell, assim como a sede do SNP em Edimburgo, de acordo com a agência PA.

No início de abril, Murrell também foi detido brevemente no âmbito desta investigação. O político foi diretor-geral do partido até meados de março, quando renunciou.

O tesoureiro do partido, Colin Beattie, foi detido alguns dias depois e acabou liberado sem acusações.

- Beco sem saída -

As investigações se concentram no uso de cerca de 600.000 libras esterlinas (750.000 dólares, ou em torno de 3,6 milhões de reais na cotação atual, a R$ 4,88) doadas nos últimos anos com o objetivo de realizar um novo referendo de independência. O projeto está bloqueado, devido à recusa do governo britânico.

A imprensa também menciona um empréstimo de 100.000 libras que Murrell teria feito para o partido.

Sturgeon anunciou sua renúncia em meados de fevereiro, após oito anos como primeira-ministra da Escócia e um total de 15 anos ocupando cargos de responsabilidade no Executivo local. Ao longo de sua carreira, fez da luta separatista sua principal batalha.

Sua saída foi um golpe duro para o partido, que também se dividiu depois da nomeação em março de Humza Yousaf, de 38 anos, como novo primeiro-ministro. Primeiro muçulmano a liderar uma das nações constituintes do Reino Unido, Yousaf é visto como a encarnação da continuidade após o mandato de Sturgeon.

Yousaf representa uma linha progressista em questões sociais e na economia.

Em entrevista à BBC, ele reiterou neste domingo que será "o líder que garantirá que a Escócia se torne uma nação independente".

No momento, porém, essa luta se encontra em um impasse, após a rejeição da Corte Suprema de que se organize um referendo sem a aprovação de Londres.


FONTE: Estado de Minas


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