Ao menos 4 detidos em Hong Kong na véspera do aniversário do massacre da Praça da Paz Celestial

03 jun 2023
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A polícia de Hong Kong deteve pelo menos dois artistas e outras duas pessoas, observaram correspondentes da AFP, neste sábado (3), na véspera do 34º aniversário do massacre da Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim.

Em uma rua movimentada do distrito comercial de Causeway Bay, o artista Sanmu Chen começou a gritar: "Não esqueçam o 4 de junho! Povo de Hong Kong, não tenha medo deles".

Um policial gritou: "Pare com atos sediciosos". Em seguida, o artista foi levado para uma viatura das forças de segurança.

Outra artista performática famosa, Chan Mei-tung, também foi detida.

Chan estava caminhando pela área antes de ser detida por policiais, também de acordo com correspondentes da AFP.

A força de segurança também deteve neste sábado um jovem casal que estava com um crisântemo brancos - uma flor normalmente utilizada como sinal de uma perda ou luto.

Ao ser questionado se o casal estava sendo preso, o homem que estava com a flor respondeu: "Não tenho ideia", ao mesmo tempo que era levado por policiais.

No dia 4 de junho de 1989, um domingo, as Forças Armadas chinesas entraram com tanques na Praça da Paz Celestial, em Pequim, para acabar com protestos pacíficos que exigiam, há várias semanas, a mudança do regime político.

A repressão em Tiananmen é um tema muito delicado na China e os atos em memória das vítimas do massacre (centenas ou mais de 1.000, de acordo com as fontes) estão proibidos na China continental.

Durante décadas, Hong Kong era a única cidade da China com homenagens para as vítimas com grande presença de público, mas em 2020 o governo chinês impôs uma lei de segurança restritiva contra qualquer ato dissidente na ex-colônia britânica, após gigantescas (e em alguns casos violentas) manifestações pró-democracia.

Desde então, os eventos de recordação do massacre da Praça da Paz Celestial estão proibidos e os organizadores dos eventos foram detidos com base na lei de segurança.

Este ano, as autoridades se recusaram a confirmar se os atos estavam proibidos, limitando-se a repetir que "todos devem agir de acordo com a lei".


FONTE: Estado de Minas


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