Com qualificação para o Oscar no currículo, cineasta brasileiro ganha destaque em Hollywood com obras sobre autistas

05 nov 2023
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Thiago Dadalt está há 10 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi por lá que ele dirigiu o curta-metragem Duke e o documentário Beyond, ambos sobre pessoas com TAE. Cineasta brasileiro produz filmes de destaques em Hollywood sobre autismo

Thiago Dadalt/Arquivo pessoal

A busca por se destacar em uma área tão concorrida como o cinema é um verdadeiro desafio. Imagina em Hollywood!? Mas o mineiro Thiago Dadalt ousou realizar esse sonho e, hoje, é responsável pela direção de, ao menos, dois projetos de destaque por lá.

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Há 10 anos, o cineasta reside em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi por lá que ele dirigiu o curta-metragem Duke e o documentário Beyond.

O Thiago tem uma característica social importante em suas obras, tratar de temas delicados como o autismo e o alzheimer. Esse interesse surgiu ainda em Rio Novo, na Zona da Mata mineira, onde ele nasceu e foi criado pelos pais e irmãs mais velhas.

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A arte de dirigir

Thiago Dadalt dirige filmes com diretora estadunidense

Thiago Dadalt/Arquivo pessoal

Thiago foi apresentado ao cinema pela irmã mais velha, Cláudia Dadalt, que despertou nele o interesse de ir mais a fundo naquelas obras. Com essa bagagem artística, ele desenvolveu aos 13 anos uma peça de teatro em uma atividade escolar, um pontapé importante para a carreira de cineasta.

"Devido ao tamanho pequeno da cidade, passava a maior parte do tempo brincando e explorando a natureza local, como as cachoeiras e as histórias de Rio Novo", contou.

Após inúmeras obras teatrais produzidas e apresentadas, aos 17 anos, Thiago foi para São Paulo onde trabalhou em uma produtora de comerciais: "Essa experiência foi minha verdadeira faculdade, já que nunca fiz um curso formal para aprender a profissão".

A paixão de Thiago sempre foi o cinema, e o sonho de ir para Hollywood se tornou real quando ele decidiu ir estudar inglês em Los Angeles. A viagem de seis meses acabou virando uma década de trabalhos na área.

Ele enviou materiais para diversas empresas, até que uma produtora americana chamada Dru Miller se encantou com o trabalho e o convidou para dirigir um piloto de TV chamado "A Vida em Coleira".

Desde então, os dois se tornaram parceiros com o mesmo objetivo: contar histórias sociais e impactantes que possam não apenas entreter, mas também informar a população sobre temas importantes.

Cidade natal

Além de ter família por lá, Thiago admira muito Rio Novo. Aos 22 anos, durante o centenário do bloco de carnaval Zé Pereira, ele e alguns amigos fizeram um documentário especial.

"Apesar de ser um trabalho bastante amador devido à minha idade e ao meu aprendizado contínuo na profissão, ele marcou a história da cidade, apresentando entrevistas com muitas pessoas que já não estão mais conosco", explicou.

A alegria dos familiares do Thiago, atualmente, é assistirem aos filmes dirigidos por ele em Hollywood. E, no mês de outubro, eles tiveram o prazer de estarem acompanhados de mais pessoas. Beyond, por exemplo, foi mostrado recentemente em Rio novo, Guarani e Rio Pomba.

Cineasta de Rio Novo conta mais sobre a relação com a cidade e o cinema; VEJA

Duke

A narrativa conta a história de Duke Peters e a família dele, todos estadunidenses. Ele é um jovem autista não-verbal, ou seja, a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que não se expressa por meio da fala, muitas vezes, também apresenta dificuldades em expressar aquilo que sente, pensa e deseja.

A obra mostra a família lidando com diversas situações, o que leva eles a passarem dificuldades. O jovem Duke Peters, interpretado por Robert Solomon, precisa então encontrar a voz para mantê-los unidos.

Thiago Dadalt durante direção de filme

Thiago Dadalt/Arquivo pessoal

O material já foi apresentado em mais de 40 festivais ao redor do mundo e conquistou 18 prêmios. Além disso, recebeu o endosso da maior organização de autismo nos Estados Unidos, a "Autism Society of America".

Duke também fez parte do Pavilhão Americano no Festival de Cannes, em 2019, e se qualificou para o Oscar de 2019, embora não tenha sido selecionado.

A simples qualificação já representou uma grande oportunidade e validação do meu trabalho

*estagiários sob supervisão de Fellype Alberto

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FONTE: G1 Globo

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