EUA e Cuba voltam a se reunir para tratar de imigração

11 abr 2023
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Estados Unidos e Cuba vão celebrar, nesta quarta-feira (12), em Washington, uma nova rodada de negociações sobre temas migratórios, semanas antes de o governo americano suspender uma norma sanitária que permite o bloqueio da imensa maioria dos imigrantes na fronteira.

"Em 12 de abril, funcionários dos Estados Unidos e de Cuba têm previsto se reunir em Washington para discutir a implementação dos acordos migratórios" entre os dois países, afirmou à AFP um porta-voz do Departamento de Estado americano, que pediu o anonimato.

É uma continuação de um compromisso com Cuba "em matéria migratória como Estados vizinhos e que se limita ao tema da migração", acrescentou, enquanto o governo do presidente democrata Joe Biden se prepara para a suspensão do chamado Título 42 em 11 de maio.

Uma vez que essa norma seja suspensa, Washington prevê um aumento de imigrantes que poderia ter consequências eleitorais para os democratas, em um momento no qual os republicanos acusam os adversários de uma "crise imigratória na fronteira".

Em 2022, Washington e Havana reiniciaram as negociações sobre o tema, em um contexto de êxodo recorde de cubanos, principalmente em direção aos Estados Unidos.

Desde então, o número de cubanos interceptados caiu de 28.845 em outubro de 2022 para 753 em fevereiro de 2023, segundo dados oficiais, em virtude de um plano que autoriza a entrada nos Estados Unidos de até 30.000 imigrantes por mês de Cuba, Nicarágua, Haiti e Venezuela.

Porém, para serem aceitos, esses imigrantes devem solicitar o acesso em países pelos quais transitam ou fazê-lo por meios digitais.

A maioria dos cubanos tenta chegar ao país por via terrestre, mas outros se aventuram em uma perigosa travessia marítima em embarcações precárias.

O encontro bilateral de quarta, previsto semestralmente, "reflete o compromisso dos dois países em revisar periodicamente a implementação dos acordos" alcançados em 1984, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado.

O governo americano considera primordial "garantir uma migração segura, ordenada, humana e legal", assim como "fomentar a reunificação familiar e promover um maior respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais em Cuba", acrescentou.

Em sua chegada à Casa Branca, em janeiro de 2021, Biden prometeu revisar a política americana em relação a Cuba, mas endureceu sua posição após as manifestações anti-governamentais de julho daquele ano, as maiores registradas na ilha nas seis décadas de governo comunista e que deixaram um morto e dezenas de feridos.

No entanto, em janeiro de 2023, a embaixada americana em Havana reiniciou a entrega de vistos para os cubanos que desejam sair do país, atingido pela inflação, o impacto da pandemia e o aumento das sanções dos EUA impostas sob o governo do republicano Donald Trump (2017-2021), e apenas suavizadas por Biden.


FONTE: Estado de Minas


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