Gerente de necrotério de Harvard é acusado de vender partes de cadáveres

15 jun 2023
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Cedric Lodge, 55 anos, gerente de um necrotério da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, foi acusado de comercializar partes de cadáveres doados e permitir que compradores visitassem o local para escolher os itens desejados, segundo promotores na quarta-feira (14). 
Cedric e sua esposa, Denise Lodge, 63 anos, de Goffstown, New Hampshire, e outras três pessoas foram indiciadas por formação de quadrilha e transporte interestadual de bens roubados por um júri federal da Pensilvânia.

Jeremy Pauley, 41 anos, de Bloomsburg, Pensilvânia, foi acusado separadamente, enquanto Candace Chapman Scott, de Little Rock, Arkansas, já havia sido indiciada no estado.

Os acusados faziam parte de uma rede nacional envolvida na compra e venda de restos humanos roubados da faculdade de medicina e de um necrotério em Little Rock, onde Scott trabalhava. George Q. Daley, reitor da Faculdade de Medicina, e Edward M. Hundert, reitor de Educação Médica, emitiram uma declaração à comunidade de Harvard na quarta-feira, classificando o caso como 'uma traição abominável'.
De acordo com a acusação, Cedric Lodge roubou partes de cadáveres doados e dissecados – incluindo cabeças, cérebros, pele e ossos – entre 2018 e 2022, antes de suas cremações. Os restos mortais foram enviados a outras pessoas, como Katrina Maclean, 44 anos, de Salem, Massachusetts, proprietária da loja Kat's Creepy Creations (Criações Assustadoras de Kat), em Peabody, Massachusetts, e Joshua Taylor, 46 anos, de West Lawn, Pensilvânia.

Lodge permitia que Maclean, Taylor e outros entrassem no necrotério para selecionar as partes que desejassem.

Em outubro de 2020, Maclean concordou em comprar dois rostos dissecados por US$ 600 (R$ 2.882). Segundo os promotores, ela armazenava e vendia restos mortais em sua loja, que anunciava no Instagram 'bonecas assustadoras, esquisitices' e 'arte com ossos'. Em 2021, Maclean enviou pele humana para Pauley e contratou seus serviços para transformar a pele em couro.
Taylor efetuou pagamentos eletrônicos no valor total de mais de US$ 37 mil (R$ 177 mil) a Denise Lodge entre setembro de 2018 e julho de 2021, em troca de partes de corpos roubadas por Cedric Lodge. Em uma das transações, Taylor enviou US$ 1.000 (R$ 4.800) com a nota 'cabeça número 7'. Em outro pagamento, enviou US$ 200 (R$ 960) com a mensagem 'braiiiiiiins' (cérebros).
 
 
Os promotores afirmaram que Pauley adquiriu restos mortais de Scott, que também roubou partes do corpo do necrotério e crematório em Little Rock, onde trabalhava. Entre os itens roubados por Scott estavam os corpos de dois bebês natimortos que deveriam ser cremados e devolvidos às famílias.

Scott já enfrentava acusações no Arkansas por fraudes postais, eletrônicas e transporte interestadual de propriedade roubada. Pauley revendeu muitos dos restos mortais adquiridos a outras pessoas, como Mathew Lampi, 52 anos, de East Bethel, Minnesota.

Gerard M. Karam, procurador da Pensilvânia, afirmou que 'alguns crimes desafiam a compreensão' e que 'o roubo e o tráfico de restos humanos vão contra a própria essência do que nos faz humanos'. Os advogados de Taylor e Lampi não quiseram comentar as acusações, enquanto o advogado de Scott, George B. Morledge IV, disse que sua cliente se declarou inocente e aguarda uma avaliação psiquiátrica.
Os Lodge prestaram depoimento inicial no tribunal na quarta-feira em New Hampshire e foram liberados sob fiança pessoal. Eles não quiseram fazer comentários ao sair do local. Na declaração à comunidade de Harvard, os reitores informaram que Cedric Lodge, contratado em 1995, agiu sem o conhecimento ou cooperação de qualquer outra pessoa da universidade e foi demitido em 6 de maio.

A faculdade está trabalhando para identificar os cadáveres roubados e expressou choque ao saber que algo tão perturbador aconteceu em seu campus, considerando a traição aos indivíduos que doaram seus corpos para possibilitar a educação e pesquisa médica.


FONTE: Estado de Minas


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