Obra em rua do bairro Sion volta gerar transtornos para moradores

12 set 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Quase cinco meses depois de um embate com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), moradores da rua Panamá, no bairro Sion, na Região Centro-Sul da cidade, voltam a reclamar de transtornos gerados por uma obra para contenção de alagamentos na região, iniciada em abril deste ano. Na última quinta-feira (7/9), feriado do Dia da Independência do Brasil, um cano estourou em um ponto onde já haviam sido feitas intervenções, e se deu início uma nova saga para solucionar mais um problema na rua.

Na manhã desta terça-feira (12/9), a reportagem do Estado de Minas esteve no local e presenciou trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) escavando a rua para mexer no encanamento. Até chegar, de fato, às intervenções para resolver o problema, os moradores reclamam de um "empurra empurra" de responsabilidade entre PBH e Copasa. "Eles demoraram, demoraram. Você vai conversar com a prefeitura, a responsabilidade é da Copasa. Aí a Copasa, fala que é com a prefeitura. Ninguém assume", reclama Lygia Calil, moradora da rua Panamá.

O mesmo trecho onde o cano estourou passou por obras há cerca de dois meses. "É a segunda vez que isso acontece. Já estava asfaltado, começou a abrir um buraco. Percebemos que estava tendo uma rachadura lateral, o buraco foi aumentando", relata Lygia. O jornalista Roberto Blank mora em um prédio quase na esquina da rua Colômbia com a Panamá e confirma a recorrência do problema: "Isso que está acontecendo é 're-serviço'. Estava pronto até semana passada e o asfalto começou a afundar. Se aconteceu isso, é porque foi mal feito", afirma.

Leia: Moradores reclamam e PBH retira canteiro de obras de largo no Sion

Em abril, quando começaram as obras, moradores demonstraram insatisfação depois que a prefeitura instalou o canteiro de obras no entorno da Praça Miguel Chiquiloff. O espaço havia sido revitalizado pela própria população e revivido como ponto de encontro, eventos e descanso para os trabalhadores da região. Os equipamentos foram desmontados após os moradores pendurarem faixas de repúdio no local.

Com custo de R$ 2,1 milhões, provenientes do Fundo Municipal de Saneamento, a obra na rua Panamá é uma solicitação antiga dos próprios moradores, que já tiveram problemas com alagamentos na região e sofreram prejuízos em decorrência das chuvas. O projeto inclui a implantação de bocas de lobo, rede tubular em concreto armado e poços de visita, com direcionamento para a rua Panamá, e lançamento à jusante na rede existente da rua Costa Rica, nos arredores da Praça Miguel Chiquiloff.

Transtornos para os moradores

O prédio de Lygia também está com um vazamento na garagem e a suspeita é de que tenha sido causado pelos problemas na obra, devido a pressão da água vinda da rua. "Eles disseram que vão olhar depois que acabar a obra", relata a moradora. Trânsito, barulho e poeira viraram rotina na vida dos moradores no entorno da obra, que cobram uma solução da PBH. "Eu sei que obra tem poeira mesmo, mas que no final da tarde lavassem. Ou, se não pode ser todo dia, mas que pelo menos duas vezes por semana, lavassem. Isso aqui hoje tá até limpo", completa Roberto Blank.

"A obra começa muito cedo. Antes das 7h já tem barulho. Eu tô dormindo com protetor auricular porque eu sei que vou ser acordada", acrescenta Lygia. Com a proximidade do período chuvoso, previsto para iniciar a partir de outubro, moradores temem novos transtornos das intervenções, que deveriam conter justamente as chuvas. Lygia também reclama que as obras estão concentradas na Praça Miguel Chiquiloff. "Faz mais de um mês que está desse jeito. Tá abandonado. Não tem ninguém trabalhando nessa área", observa.

O principal erro, na avaliação dos moradores, é a falta de comunicação com a população. Os moradores também não receberam um parecer sobre a previsão de duração da obra. "A gente sabe da importância dessa obra. Não existe comunicação. Isso aqui está atrapalhando a nossa vida. A gente fica inseguro, e estamos sendo deixados no escuro. Todo aquele drama que rolou da praça foi em função disso. De repente, começaram a colocar tapumes, cercar a praça, ninguém conversou com síndicos, moradores, nada. E tem sido assim desde então", aponta Lygia.

Procurada pelo Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que as obras de drenagem na região seguem de acordo com o cronograma programado e "com todas as providências necessárias para reduzir ao máximo os transtornos para a população". "Ocorreu no local um abatimento em rede da Copasa, que já está atuando no local", disse por meio de nota.  A reportagem também entrou em contato com a Copasa, e aguarda posicionamento.


FONTE: Estado de Minas

FIQUE CONECTADO