Países das Américas definem estratégia para futuras pandemias

20 mar 2023
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Ministros das Américas definiram nesta segunda-feira, no Panamá, uma estratégia para melhorar os sistemas de saúde públicos e enfrentar conjuntamente futuras pandemias, durante uma reunião da qual participou um enviado dos Estados Unidos.

Cerca de 20 países do continente, entre eles Estados Unidos e Canadá, irão elaborar um plano para melhorar a saúde pública, que desenvolverão em outras quatro reuniões, para enfrentar conjuntamente futuras pandemias ou crises sanitárias.

"Concordamos que, no começo do ano que vem, iremos apresentar conclusões e recomendações para agir", destacou o subsecretário de Estado americano para o Crescimento Econômico, a Energia e o Meio Ambiente, José Fernández.

O plano contempla aumentar o acesso universal à saúde, a ajuda pública em tempos de crise e a transparência na gestão de recursos. O objetivo "é ter um investimento melhor para fortalecer os sistemas de saúde e garantir o acesso das pessoas e preparar melhor os países para uma futura pandemia, isso é chave", afirmou o brasileiro Jarbas Barbosa, novo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

- Medidas em comum -

O encontro foi o primeiro de alto escalão do chamado Diálogo Econômico e de Saúde das Américas (EHA, sigla em inglês), uma iniciativa que surgiu na última Cúpula das Américas para somar esforços com vistas a melhorar os sistemas de saúde no continente.

Um dos principais temas da reunião foi a elaboração de estratégias em comum para a produção e distribuição de insumos médicos, como vacinas, máscaras, luvas e ventiladores, para o caso de nova crise sanitária.

Durante a pandemia, as redes de suprimentos "não eram suficientemente diversas, nem adequadas. Temos que procurar uma maneira de que em mais países sejam produzidos componentes de vacinas, sistemas e produtos médicos que nos preparem para não depender apenas de um país", disse José Fernández.

Segundo o subsecretário, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Organização dos Estados Americanos e a Opas se comprometeram a financiar e apoiar essa iniciativa, que ainda não tem um orçamento definido. "Sabemos que temos que pensar em projetos muito estratégicos, porque estamos falando em centenas de milhões de dólares", disse Jarbas Barbosa à AFP.

- 'Não é fácil' -

Os ministros também se comprometeram a destinar à saúde pelo menos 6% do Produto Interno Bruto (PIB), frente aos 4% aportados atualmente pela maioria dos países latino-americanos. "Sabemos que não é fácil, porque todos estão em processo de recuperação das perdas econômicas pela pandemia", reconheceu Barbosa.

Com 8% da população mundial, a América Latina registrou 30% dos óbitos por Covid-19, destacou o subsecretário americano. Segundo a Opas, o risco da doença persiste, embora a situação atual seja bem melhor, com um numero de casos entre 20 e 30 vezes inferior ao de um ano atrás.

A Opas ressaltou que a América Latina enfrenta um panorama epidemiológico complexo, devido à persistência das doenças transmissíveis, ao risco de surtos e epidemias e aos efeitos das mudanças climáticas.

"Aprendemos que, diante de ameaças em escala global, é necessário fazer mais que a preparação individual de cada país", disse o ministro da Saúde do Panamá, Luis Francisco Sucre.


FONTE: Estado de Minas


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