População em situação de rua cresce 110% e passa de 800 pessoas em Juiz de Fora, aponta novo Censo

26 maio 2023
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O levantamento foi feito através de uma parceria entre a Prefeitura e a UFJF. Veja o diagnóstico completo, com dados, por exemplo, sobre raça/cor, idade e gênero. Imagem de arquivo mostra pessoas em situação de rua em Juiz de Fora

Reprodução/TV Integração

A população em situação de rua em Juiz de Fora mais que dobrou nos últimos anos, segundo dados do novo censo divulgado nesta sexta-feira (26). O levantamento, feito em outubro do ano passado, constatou que atualmente 805 pessoas vivem nas ruas da cidade, um crescimento de 110% em relação ao censo anterior, realizado em 2016, que apontava para 384 pessoas.

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De acordo com o censo, 35,3% do total de pessoas identificadas no levantamento foram para as ruas durante o período da pandemia da Covid-19, e 54% trabalhavam com carteira assinada antes de ir para as ruas.

O novo censo da população em situação de rua tinha previsão inicial de divulgação do diagnóstico para março de 2023, mas houve uma série de atrasos durante a análise dos dados.

Censo da população em situação de rua 2023

Para o novo levantamento, foram mapeadas e traçadas rotas com o objetivo de atender a uma demanda antiga das entidades de defesa dos direitos humanos.

Com a publicação do diagnóstico, a Prefeitura poderá estabelecer estratégias para oferecer melhor acolhimento a esta população.

Os dados foram coletados entre os dias 24 e 28 de outubro de 2022. As equipes percorreram ruas no Centro da cidade, Parque Halfeld, Calçadão, casas de acolhimento e abrigos, além de praças e bairros.

Veja abaixo dados sobre idade das pessoas em situação de rua, raça/cor e gênero:

Foram coletados dados referentes à idade exata dos 524 respondentes do censo ou do diagnóstico. A faixa etária mais frequente foi entre 40 a 49 anos, com 155 questionários (19,3%).

Mais da metade dos respondentes se declarou como homem cis (412 ou 51,2%). Dados sobre gênero não foram obtidos para 303 pessoas (37,6%).

Em relação à cor, 361 (44,8%) se declararam pretas, 272 (33,8%) se identificaram como pardas. Pretos e pardos representam, portanto, aproximadamente 80% da população em situação de rua em Juiz de Fora.

Trajetória

Dentre os 190 entrevistados pelo diagnóstico, setenta e cinco pessoas disseram dormir na rua a mais de 5 anos (39,5%). Somados aos 26 indivíduos que dormem na rua entre um e dois anos e aos 25 entre dois e quatro, tem-se que duas de cada três pessoas (66,3%) estão a mais de um ano dormindo nas ruas.

71% tinham domicílio antes de dormir nas ruas

35,3% foram para as rua na pandemia de Covid-19

46,3% dormem sempre nos acolhimentos

54,2% trabalhavam de carteira assinada antes de irem para as ruas

Naturalidade

Metade dos entrevistados disse ter nascido em Juiz de Fora. Outros 48 entrevistados (25,3%) afirmaram terem nascido em outras cidades de MG.

Além de MG, Rio de Janeiro é o estado de nascimento mais frequente entre os entrevistados (25 pessoas). Nenhum entrevistado respondeu que nasceu em outro país.

O que o levou para a rua

Observa-se que 36,3%, maior percentual, apontou como o principal motivo razões de ordem familiar, seguido por 18,9% de “alcoolismo e uso de outras drogas”.

Saúde

Maiores problemas de saúde se referem a dependência de álcool e outras drogas com 59,5 %;

Seguido de ferimentos/fraturas 39,5%;

E problemas de saúde bucal – cárie/dor de dente 33,2%;

Seguem-se as doenças crônicas: hipertensão (26,8%); diabetes (11,6%); e problemas respiratórios (16,3%);

Outro destaque são os dados referentes a “deficiências” – cegueira (10%); deficiência física (8,4%) e Surdez (7,9%);

Em relação as mulheres, somente 2 estavam grávidas e realizam acompanhamento pré-natal;

Educação

81,6% das pessoas entrevistadas sabem ler e escrever;

80% dos respondentes frequentou a escola;

25,5% afirmaram possuir o ensino fundamental II incompleto;

6,8% declararam estudar atualmente.

O que precisam para sair das ruas

48,2% emprego

44,6% moradia

Serviços oferecidos pela Prefeitura à população de rua

O Centro Pop, e as casas de acolhimento são utilizados como referência de endereço para as pessoas em situação de rua.

Serviços de acolhimento ininterrupto – 24h, são servidas quatro refeições, diariamente, trabalho social, contato com familiares a pedido do residente, autonomia para sair e voltar até o horário definido.

Acolhimento para repouso noturno, atendimento social, higiene pessoal, lavagem de roupas, inclusão no CadÚnico, providências de documentação, encaminhamentos para tratamento de saúde, encaminhamento para serviços de acolhimento, atividades esportivas, oficinas artesanais rodas de conversa, alimentação, acesso à internet, entre outras.

Acolhimento com tempo de permanência discutido com o usuário, em virtude de tratamento de saúde física e mental, dependência química, deficiência, trabalho formal ou informal.

Acesse o diagnóstico completo aqui.

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FONTE: G1 Globo

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