Prefeitos de MG defendem tarifa zero nos ônibus

30 jun 2023
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Em audiência pública realizada nesta sexta-feira (30/6) na Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), prefeitos de várias cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e do interior do estado estiveram presentes para discutir o tema da tarifa zero no transporte coletivo de ônibus nos municípios mineiros.
Defendendo de maneira veemente a implementação da medida em cidades do estado, os chefes dos executivos municipais apontaram que a política de gratuidade do transporte coletivo traz benefícios sociais e econômicos, além de garantir o acesso da população às cidades. Segundo o deputado estadual Delegado Christiano Xavier (PSD), 15 municípios mineiros já implantaram essa medida.
Na visão do prefeito de Caeté, Lucas Coelho Ferreira (Avante), a ideia de implantar a gratuidade do transporte coletivo na cidade da RMBH parecia "utópica". No entanto, ele contou que foi necessário um esforço para aplicar a medida na prática.
“Vimos que pessoas que não trabalhavam em regiões diferentes de onde moravam começaram a trabalhar. A família começou a andar de ônibus pela cidade. Antes, uma mãe com dois filhos gastava no transporte cerca de R$ 30 para ir e voltar. Isso impactava nas suas finanças. Então muitas vezes não podia ir", disse.
Para o prefeito de Cláudio, na Região Centro-Oeste de Minas, Reginal de Freitas Santos (PSB), a empresa que administrava o transporte estava quase abandonando o serviço. Então foi quando o chefe do executivo local decidiu arcar com a medida.
“Além dos mais necessitados, ajuda também o empresário que deixa de pagar transporte aos seus trabalhadores e, dessa forma, pode contratar mais gente”, acrescentou.Leia também: Procon multa agência de viagens por propagando enganosa
De acordo com André Henrique de Brito Veloso, que integra o Movimento Tarifa Zero na capital mineira, corrobora com a tese de que a gratuidade do transporte coletivo por ônibus contribui nos aspectos econômicos e sociais das cidades.
“A tarifa zero libera recursos e movimenta a economia. É uma política social que inclui pessoas que não cogitavam em acessar a cidade. Então, gera acesso a direitos", pontuou.

Exemplos recentes

Conforme trouxe a reportagem do Estado de Minas, a cidade de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, anunciou que a partir do dia 10 de julho, os ônibus irão circular com a tarifa zero. A proposta ainda deverá ser votada na Câmara dos Vereadores para ser de fato implementada.
Para a prefeita Leandra Guedes (Avante), o preço das passagens se tornava "oneroso para as famílias de baixa renda, que é quem mais vai sentir a diferença no bolso”.
Outro exemplo de implementação de tarifa zero em 2023 é a cidade de Ibirité. Desde janeiro, o município da Região Metropolitana de Belo Horizonte zerou a tarifa dos ônibus. Após três meses da implementação da medida em Ibirité, a reportagem noticiou um aumento exarcebado dos usuários de ônibus, gerando superlotação, atrasos e más condições dos coletivos. Algumas pessoas chegaram a dizer que preferiam quando a passagem era paga.
Segundo o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Francisco Christovan a implementação da tarifa zero pode gerar esse aumento da demanda e a cidade precisa se preparar de uma maneira adequeada para a nova realidade.
"A cidade precisa, minimamente, oferecer melhores condições de infraestrutura. Não dá para aumentar a demanda, aumentar a oferta de ônibus, e não poder usufruir, por exemplo, de uma faixa exclusiva, uma preferência no semáforo, organizar a rede de transporte de maneira racional e eficiente", detalhou.

FONTE: Estado de Minas

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