Um dos últimos suspeitos do genocídio de Ruanda é detido na África do Sul

25 maio 2023
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Fulgence Kayishema, um dos últimos quatro fugitivos procurados por seu papel no genocídio de Ruanda em 1994, foi detido na quarta-feira na África do Sul, anunciaram nesta quinta-feira (25) os promotores da ONU que investigam o caso.

"Um dos genocidas fugitivos mais procurados do mundo (...) foi detido em Paarl, África do Sul", com parte de uma operação com as autoridades sul-africanas, informou um tribunal das Nações Unidas em um comunicado.

Ele estava desaparecido desde 2001, de acordo com o Mecanismo Residual Internacional dos Tribunais Penais, responsável por concluir os trabalhos do Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR).

O documento de acusação afirma que em 15 de abril de 1994, Kayishema e outros homens assassinaram mais de 2.000 homens, mulheres, pessoas idosas e crianças que estavam refugiadas na igreja de Nyange, na localidade de Kivumu.

O ex-fugitivo, que tem idade próxima a 60 anos, teria "participado diretamente no planejamento e execução do massacre", segundo o tribunal, "em particular ao adquirir e distribuir gasolina para incendiar a igreja com os refugiados dentro".

"Quando isto falhou, Kayishema e outros usaram um 'bulldozer' para derrubar a igreja, enterrando e matando os refugiados dentro", acrescentou.

"Kayishema e outros supervisionaram a transferência de cadáveres do terreno da igreja para valas comuns nos dois dias seguintes.

Fulgence Kayishema, acusado de genocídio, cumplicidade em genocídio, conspiração para cometer genocídio e crimes contra a humanidade, utilizou vários pseudônimos e documentos falsos para esconder sua identidade e não ser encontrado, de acordo com o tribunal.

O TPIR já condenou 62 pessoas. Outros, como Augustin Bizimana, um dos principais cérebros do massacre, morreram antes do julgamento pela justiça internacional.

Os juízes da ONU suspenderam em março o processo de Félicien Kabuga, suposto tesoureiro do genocídio ruandês em 1994, para decidir se o estado de saúde do réu permite que ele seja julgado.


FONTE: Estado de Minas


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