Defesa de sargento preso por morte de tenente dos Bombeiros nega premeditação e diz que crime foi motivado por animosidade entre ambos

12 maio 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Tenente Rafael Veloso foi morto a tiros na porta de casa. Apontado como principal suspeito, o sargento se apresentou à polícia, havia um mandado de prisão temporária contra ele. Tenente Rafael Veloso

Redes sociais

O advogado que defende o sargento do Corpo de Bombeiros Anderson Pinheiro Neves, investigado pelo assassinato do tenente Rafael Veloso, negou que o crime tenha sido premeditado e afirmou ainda que a motivação estaria ligada com problemas hierárquicos entre ambos.

No dia 5 deste mês, o tenente foi atingido por vários tiros quando saía de casa, no bairro Ibituruna, para o trabalho. Quando a equipe do Samu chegou, policiais militares já tentavam reanimá-lo, mas o óbito foi confirmado ainda local. Apontado como principal suspeito, o sargento se apresentou à polícia na última terça-feira (9). Havia um mandado de prisão temporária contra ele.

Tenente do Corpo de Bombeiros é morto a tiros em Montes Claros

Sargento do Corpo de Bombeiros investigado por matar tenente se apresenta à polícia

Sargento preso por morte de tenente dos bombeiros confessa crime: 'Narra que havia divergência supostamente ligada a questões funcionais', diz delegado

Premeditação

O advogado Marcos Felipe afirma que os elementos até então produzidos no inquérito não são suficientes para afirmar que houve premeditação.

“O Direito entende que a premeditação faz parte de um conjunto de elementos em que o autor do crime muito antes do crime ocorrer perfaz para que o crime realmente ocorra. No caso presente não existe elementos de que o Anderson anteriormente, dias antes, semanas antes do ocorrido, estava no intuito criminoso de cometer de fato o crime."

Apesar da afirmação da defesa, para a polícia, pelas características iniciais identificadas no homicídio, é possível inferir que houve premeditação, como explicou o delegado Bruno Rezende em matéria publicada pelo g1 no dia da morte do tenente.

“Pela dinâmica dos fatos, é difícil dizer nesse momento se houve tentativa de reação da vítima ou não, o que a gente pode antecipar é que esse autor aguardava a vítima na porta da residência, nas proximidades, dando noção de premeditação do crime. Ao visualizá-la, praticou esse atentado violento, efetuando diversos disparos de arma e evadindo em seguida para local incerto e não sabido.”

Rezende ainda citou que a perícia identificou 14 cartuchos no local dos fatos, além de seis projeteis, “o que dá a noção de que houve de fato uma execução na porta da casa da vítima.”

Ao ser questionado sobre a estratégia que será usada para defender o sargento, o advogado afirmou que nesse momento acompanha a produção das provas e que assim que todas forem levantadas irá definir a forma de atuar.

Motivação

Anderson Pinheiro Neves não prestou depoimento no dia em que se entregou à polícia, o que deve ocorrer nesta sexta-feira (12). O advogado explicou que havia um desgaste entre o sargento e o tenente, isso teria motivado o crime.

“Existia uma animosidade bastante grave entre a vítima e o Anderson [...] essa animosidade se dava em razão da subordinação que o Anderson tinha com a vítima em questão de militarismo, a vítima era superior hierárquica ao Anderson e as desavenças partiam desse ambiente.”

Essa motivação já havia sido antecipada em coletiva de imprensa pelo delegado Bruno Rezende (veja vídeo abaixo).

“Ele não prestou depoimento por estratégia da defesa, mas informalmente narrou aos investigadores que havia divergência entre eles, supostamente ligada a questões funcionais, mas nenhum deles formalizou ou solicitou procedimento na instituição. Através de comentários feitos pelo autor e pela vítima com terceiros em relação a situação, é que foi possível estabelecer todo o contexto para a captura e identificação desse autor, como de fato responsável pelo homicídio.”

Na mesma coletiva, o coronel do Corpo de Bombeiros, Júlio Cesar Tóffoli, esclareceu que não havia registro na corporação de divergências entre o sargento e o tenente.

“Não há nenhum tipo de problema anterior registrado na nossa Corporação. Então, com a prisão do autor a gente entende que a investigação vai avançar e vamos ter maiores informações em relação a motivação”.

Sargento dos bombeiros investigado por matar tenente se entrega à polícia (Parte 2)

Vídeos do Norte, Centro e Noroeste de MG

Veja mais notícias da região em g1 Grande Minas.


FONTE: G1 Globo


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO