Motorista de ex-prefeito acusado de matar esposa médica em hotel no ES é solto pela Justiça

19 out 2023
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Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi indiciado pelo crime de fraude processual, mas o entendimento é que não houve participação dele na morte da vítima. Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi prefeito de Catuji, em Minas Gerais, e está preso suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos.

Reprodução/Redes Sociais

O motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, que preso preventivamente pela morte da médica Juliana Ruas El Aouar, 39 anos, junto com o marido dela, Fuvio Luziano Serafim, 44 anos, foi solto por meio de alvará expedido pela Justiça nessa quarta-feira (18). De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o homem praticou o crime de fraude processual e não teve participação na morte.

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A decisão foi da juíza responsável, Silvia Fonseca Silva, a partir das informações apresentadas no processo.

Juliana Ruas El Aouar foi morta no dia 2 de setembro, em um hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Robson foi preso um dia após o crime. Ele atuava como motorista de Juliana e do marido, Fuvio Luziano Serafim, ex-prefeito da cidade mineira de Catuji. 

Fuvio permanece preso preventivamente. Também nesta quarta-feira (18) ele foi denunciado em uma ação penal ajuizada pelo MPES pelo crime de feminicídio qualificado com uso de asfixia, fraude processual majorada e consumo compartilhado de drogas. A ação ainda será analisada pela Justiça. 

Ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos foi preso por matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos

Reprodução/Redes sociais

O advogado Tárcio Leite de Almeida, que fez a defesa dos dois acusados na audiência de custódia, informou que a família de Fuvio ainda aguarda por mais informações sobre a denúncia para tomar decisões. 

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O advogado Adalto Tristão Dias, que foi contratado pela família da médica para atuar no caso, afirmou que precisa conhecer melhor o teor da denúncia e que seria prematuro emitir algum posicionamento sobre o inquérito policial.

Nota na íntegra do Ministério Público do Espírito Santo:

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Colatina, informa que ajuizou a ação penal nº 0003041-31.2023.8.08.0014, em face de Fuvio Luziano Serafim pela prática das condutas de feminicídio qualificado pela asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas, restando imputados na denúncia os crimes previstos no artigo 121, §2º, incisos III e VI, § 2º-A, inciso II, em combinação com o artigo 13, §2°, “a” e “c”, do Código Penal com incidência da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) c/c artigo 347, parágrafo único, do Código Penal e artigo 33, § 3º, da Lei 11.343/06, na forma do artigo 69, do Código Penal (concurso material de crimes). 

Relembre o caso

Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi encontrada morta na manhã do dia 2 de setembro, em um quarto de hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde o casal estava hospedado.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, o cenário encontrado pelos peritos foi o quarto todo revirado, sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada.

O que se sabe sobre médica de MG morta em quarto de hotel no ES

Principal suspeito da morte da médica Juliana Ruas El Aouar, morta em um hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, o marido dela, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi indiciado pela polícia por homicídio qualificado com dolo eventual. Já o Ministério Público denunciou o suspeito por feminicídio.

De acordo com dados da plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fuvio foi prefeito de Catuji por dois mandatos consecutivos. O primeiro, em 2012, recebeu 4.051 votos. No segundo, em 2016, 3.286.

Juliana e Fuvio moravam na cidade mineira Teófilo Otoni, mas estavam hospedados no hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. No quarto ao lado, estava o motorista do casal.

Juliana era médica em Teófilo Otoni e o pai dela, Samir El-Aouar, é ex-prefeito da cidade e atua na mesma profissão. Nas redes sociais, o ex-prefeito celebrou a data do casamento com a médica no dia 17 de novembro de 2018.

A Polícia Civil do Espírito Santo informou que o inquérito foi concluído no último dia 4 de outubro. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ofereceu denúncia à Justiça nesta quinta-feira (18).

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Trabalho da polícia

Consta no documento da Polícia Civil do ES que os peritos encontraram vidros de remédios quebrados e a janela do quarto onde o casal estava aberta, o que levou os profissionais a verificaram se se havia sido jogado para fora do espaço.

Os peritos encontraram, então, um medicamento de uso controlado, indicado como agente anestésico único para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos que não necessitem de relaxamento muscular esquelético. O produtos estava no estacionamento do hotel, exatamente embaixo do quarto do casal.

No atestado de óbito da médica, as causas da morte apontadas são:

Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue)

Asfixia mecânica

Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória)

Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral)

Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.

Ainda de acordo com o relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, Fuvio compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Neste momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.

Ex-prefeito e motorista deram versões diferentes

Marido de médica de MG e motorista do casal foram presos pela morte da profissional em hotel do ES

PC/Divulgação

De acordo com boletim, o marido da médica e o motorista do casal deram versão diferentes sobre a morte de Juliana.

Consta no documento que um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar Fulvio sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o esposo relatou que a médica teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo o esposo de Juliana, ela estava feliz e ambos foram dormir às 20h.

O marido da médica ainda relatou que, quando acordou por volta de 8h de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

Violência contra mulher: como pedir ajuda

Em contrapartida, ainda segundo o boletim de ocorrência, o motorista do casal relatou uma versão diferente, no qual teria sido chamado pelo marido de Juliana para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a média havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

O ex-prefeito e o motorista do casal foram encaminhados à Delegacia Regional de Colatina.

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FONTE: G1 Globo


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