Órgão regulador dos EUA pede explicações a Elon Musk sobre entrada em capital do Twitter

31 maio 2022
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Autoridade revelou carta em que questionou bilionário sobre motivos de ele ter descumprido o prazo previsto para informar que tinha mais de 5% de participação na rede social. Elon Musk

Reuters

O bilionário Elon Musk deverá responder à autoridade supervisora dos mercados nos Estados Unidos sobre o momento em que comunicou a sua entrada no capital do Twitter. Ele é acusado por acionistas de "manipulação".

A Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) divulgou nesta sexta-feira (27) uma carta endereçada ao bilionário em 4 de abril, quando ele anunciou que havia superado a aquisição de 9% do capital do Twitter.

O órgão regulador questiona os motivos de Musk ter esperado até essa data, já que ele havia superado a compra de 5% em 14 de março.

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A lei americana determina que os investidores tornem públicas suas aquisições de participação no capital de empresas, quando estas superam o limite de 5%, no prazo máximo de dez dias.

Os acionistas do Twitter entraram com um processo contra Musk na última quarta-feira, acusando-o de ter manipulado o mercado para economizar na compra da rede social.

Segundo os documentos apresentados a um tribunal californiano, os demandantes acusam Musk de ter atrasado o momento em que revelou sua entrada no capital do Twitter, descumprindo o que determina a lei.

Segundo a acusação, o magnata teria economizado assim US$ 156 milhões, já que, de acordo com as alegações dos acionistas, se ele tivesse informado ao mercado no tempo correto, teria que pagar mais caro por parte das ações.

"Ao atrasar a publicação do montante de sua participação no Twitter, Musk manipulou o mercado e comprou partes [da empresa] a um preço artificialmente baixo", argumentam os advogados dos investidores.

Desde o início de abril, o valor do Twitter na bolsa flutua ao ritmo das informações oficiais e dos tweets de Elon Musk. Quando o magnata anunciou que possuía mais de 9% do capital em 4 de abril, as ações do Twitter dispararam 25%.

Com essa aquisição, ele deveria ter passado a integrar o Conselho de Administração da rede social, algo que acabou não fazendo. Depois, anunciou sua intenção de comprar a totalidade da empresa sediada em San Francisco por US$ 44 bilhões.

Inicialmente, o Conselho de Administração do Twitter foi contrário à proposta de Musk, mas acabou cedendo. Musk também chegou a afirmar que suspenderia a operação, mas finalmente seguiu com seu plano de compra.

"Musk fez declarações, publicou tuítes e realizou outras ações concebidas para semear dúvidas e reduzir substancialmente o valor das ações do Twitter para obter uma margem de manobra que esperava utilizar para se retirar da transação ou renegociar o preço", denunciam os acionistas.

Os advogados de Musk, a Tesla e a SEC não responderam aos pedidos de comentários da AFP nesta sexta-feira.


FONTE: G1 Globo


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