The Town tem pais e filhos, casais e amigos em multidão de fãs de Foo Fighters com camisetas da banda e tributo ao Nirvana

09 set 2023
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Banda norte-americana é headliner no The Town neste sábado (9). O vocalista Dave Grohl foi baterista do Nirvana até o início da década de 1990, quando Kurt Cobain faleceu. Novo álbum do Foo Fighters tem rock melódico com 'volta às origens'. Fãs de Foo Fighters e Nirvana no The Town

Gustavo Honório/g1

O grande nome do dia no The Town é, sem dúvidas, o fenômeno do rock Foo Fighters, liderado pelo vocalista Dave Grohl, que era baterista de outro ícone do gênero, o Nirvana, que fez sucesso estrondoso no início dos anos 90.

De todos os dias do festival, este sábado (9) foi o que o público mais se mostrou fanático por uma banda ou artista, isso porque, numa contagem informal do g1, sete a cada dez camisas eram do Foo Fighters.

A mato-grossense Monique Fernanda foi uma das primeiras a pisar no Autódromo de Interlagos. Acompanhada de mais três amigas, montou acampamento pertinho da grade do palco Skyline e promete sair de lá apenas depois no último suspiro de Grohl no microfone, ou seja, 10 horas depois da abertura dos portões. (foto abaixo)

"Daqui ninguém me tira, só vou pra frente. Vim em cima de um tijolo para conseguir ver", brincou ela, que calçava uma bota com cerca de 10 centímetros de sola. É a segunda vez que a especialista em turismo prestigia o grupo. A primeira foi no Rock in Rio, em 2019.

A estudante de jornalismo Nicolle Martins ganhou o ingresso de aniversário da mãe de uma amiga. Começou a ouvir Foo Fighters apenas neste ano, justamente para o The Town. Mesmo assim, a expectativa está lá em cima.

Nicolle Martins, Claudia Webber e Monique Fernanda, fãs de Foo Fighters

Gustavo Honório/g1

Já Douglas Benavides comprou o ingresso para o The Town em abril, quando soube que Queens of the Stone Age tocaria no festival. No entanto, a banda precisou cancelar, mas o internacionalista não ficou chateado, já que também é muito fã da banda de Dave Grohl.

"Gosto do Foo Fighters porque é herança direta do Nirvana", explicou ele, que, além da camiseta em homenagem a Kurt Cobain, usava meias com o símbolo da banda grunge.

Douglas Benavides veste uma meia do Nirvana

Gustavo Honório/g1

"Os projetos pós-Nirvana do Dave têm tudo a ver com Queens of Stone Age. O Dave já tocou no álbum Songs for the Deaf, do Queens", completou.

"Também sou muito fã de Foo Fighters, ouço desde pequena", contou a fisioterapeuta Jéssica Barbosa.

Jéssica Barbosa e o namorado, Dougla Benavides, no The Town

Gustavo Honório/g1

De pai para filho

O estudante João Victor Florentino herdou do pai o gosto por rock. "Curto bastante as músicas do Foo Fighters, mas prefiro Nirvana. Ver o Dave Grohl vai ser um sonho realizado. Nasci na época errada", brincou. (foto abaixo)

Washington Louidy, tio de João, era baterista, mas não toca desde 2005, quando sofreu um acidente de carro. Trocou as baquetas pela caneta e já compôs mais de 600 músicas. Até deu uma palinha da sua preferida: "Do que me vale a vida se eu não tenho mais você, do que me vale a vida, perdi a razão de viver".

Fãs de Foo Fighters e Nirvana no The Town

Gustavo Honório/g1

João Ricardo também assistirá ao Foo Fighters pela primeira vez - e com um gostinho especial: "Muito especial também porque estou com o filhão. É o primeiro show da vida dele", contou o profissional de Tecnologia da Informação. (foto abaixo)

O estudante João Gabriel, chará do pai, contou que a expectativa está alta por ser a primeira vez num evento do tamanho do The Town. Ele ainda não tem uma banda preferida, mas há grande chance de isso mudar na noite deste sábado.

Fãs de Foo Fighters e Nirvana no The Town

Gustavo Honório/g1

O casal Gustavo Resende e Sara Maleiner veio de Brasília para ver a banda norte-americana. Ela vestia uma camiseta do Foo Fighters. Ele só vestia uma do Nirvana porque não conseguiu achar uma igual à da mulher. (foto abaixo)

"Temos idade para ser fãs de Nirvana", brincou a defensora pública. "Ver o show deles representa muito. A gente veio ano passado e deu aquele problema [morte do baterista Taylor Hawkins]. Vai ser a primeira vez vendo Foo Fighters", afirmou.

Fãs de Foo Fighters e Nirvana no The Town

Gustavo Honório/g1

No The Town, Foo Fighters faz 1º show em festival no Brasil após morte de Taylor Hawkins; como será?

O Foo Fighters vem ao Brasil pela primeira vez desde a morte do baterista Taylor Hawkins, em março de 2022. A banda faz show no festival The Town, neste sábado (9). Antes, eles tocaram em Curitiba, na quinta-feira (7).

Josh Freese foi escalado para a turnê atual. O músico americano de 50 anos já tocou em bandas de punk rock (Vandals) e new wave (Devo).

Além dele, as novidades são as músicas do álbum "But here we are", lançado em junho deste ano. Geralmente, são três por show, sendo que "The Glass", "Rescued", "Under You" e "The Teacher" são as mais cotadas.

O resto do setlist é formado por sons que o público conhece bem. "All My Life”, “The Pretender” e “Walk” costumam abrir as apresentações. "Best of you" e "Everlong" são tocadas no final.

Primeiro show da turnê 2023 do Foo Fighters, em New Hampshire, nos Estados Unidos

Divulgação/Scarlet Page

Como é o novo álbum?

“But Here We Are” (“Tamo aí na atividade”, em tradução muito livre) é o melhor álbum do Foo Fighter desde 2011. Direto, né? Pois o décimo-primeiro álbum da banda liderada por Dave Grohl é ainda mais. O disco lançado em junho tem letras simples sobre as perdas recentes da banda com sonoridade que propõe aquela boa e velha “volta às origens”.

No encarte, há uma dedicatória a ele. Mas não só a ele. “For Virginia and Taylor” cita Virginia Grohl, professora e mãe de Dave, falecida em agosto passado. Ele assume a bateria nas gravações. Não custa lembrar que Dave foi baterista do Nirvana e tocava todos os instrumentos nas versões de estúdio das músicas do comecinho do Foo Fighters.

Um álbum honesto e cru

A banda já havia avisado, por meio de comunicado, que esse seria “o primeiro capítulo de uma nova vida”. A ideia, segundo eles, era lançar um álbum com “uma resposta brutalmente honesta e emocionalmente crua a tudo o que o Foo Fighters suportou no ano passado”. “Este é o som de irmãos se refugiando na música que os uniu pela primeira vez há 28 anos, em um processo tão terapêutico como de continuação da vida”.

Quem ajuda a banda nesta busca por um som menos intrincado do que nos álbuns anteriores é justamente o cara que produziu os álbuns anteriores. Greg Kurstin (Adele, Sia) trabalha pela terceira vez com a banda, após produzir “Medicine at Midnight” (2021) e “Concrete and Gold” (2017).

“But Here We Are” tem 10 músicas divididas em 48 minutos. O começo é com a guitarra cristalina de "Rescued", primeiro single, lançado em abril. "Aconteceu tão rápido/ E então acabou/ Você está pensando o que eu estou pensando?/ Isso está acontecendo agora?", berra o vocalista. A música entra no pacote de canções que fazem lembrar "Wasting Light", excelente álbum de 2011, fase em que a banda dava mais valor às melodias do que os trabalhos mais recentes.

Como antecipado pela banda, no entanto, são os primeiros álbuns que mais influenciam a sonoridade de agora. Poderia ser uma modalidade esportiva: ouvir novas músicas do Foo Fighters e tentar adivinhar qual canção antiga se parece com cada uma delas.

"Under You", sobre se esforçar (em vão) para superar traumas, faz lembrar "Generator". "Fotos de nós compartilhando músicas e cigarros, é assim que sempre vou te imaginar", canta Grohl. A saudade do amigo baterista é tema de outras letras, como a da balada "The Glass": "Eu tive uma pessoa que amo / E assim, fui deixado para viver sem ele."

O disco é cheio de momentos que devem emocionar os fãs da banda. "Show Me How", por exemplo, tem Dave cantando com a filha dele: Violet, de 17 anos. As harmonizações vocais da dupla potencializam o arranjo dream pop meio genérico. Outra que foge um pouco do script é "Hearing Voices", uma das melhores do álbum, com jeitinho de The Cure.

Além de Violet, a única participação do álbum, Dave tem a companhia do baixista Nate Mendel, do tecladista Rami Jaffee e dos guitarristas Chris Shiflett e Pat Smear. Quem já viu shows do Foo Fighters sabe bem que poucas bandas fazem um rock "clássico" tão competente, ao vivo e em estúdio.

Isso, claro, aparece no álbum, sobretudo em "The Teacher". São 10 minutos que passam até que rápido: começa soturna e sussurrada; depois estoura, como uma "Best of you" mais madura. "Tente fazer o bem com o ar que te sobrou / Contando cada minuto, vivendo respiração a respiração", ensina Dave. Após perder duas das pessoas mais importantes da vida dele, é de se esperar versos desse tipo.

Dave disse que esta dezena de músicas é "um testemunho dos poderes de cura da música, amizade e família". É também uma prova de que o Foo Fighters continua vivo, sem se esquecer das perdas que abalaram a banda nos últimos meses.

Dave Grohl faz o primeiro show da turnê 2023 do Foo Fighters, no dia 24 de maio, em New Hampshire, nos Estados Unidos

Divulgação/Scarlet Page


FONTE: G1 Globo


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