Massa encerra campanha na Argentina e garante que pior da crise ‘está passando’

17 out 2023
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Com promessas de união nacional e garantias de que "o pior" da crise argentina "está passando", o candidato presidencial e ministro da Economia, Sergio Massa, encerrou nesta terça-feira (17), no "Dia da Lealdade Peronista", sua campanha para as eleições do próximo domingo.

"Busquem os argentinos que confiam em nós, mas, principalmente, aqueles que estão em dúvida. Diga a eles que o pior já passou, que o que está por vir é muito melhor e que precisamos fazer isso juntos", declarou Massa para a multidão, ao lado de Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires e candidato à reeleição.

Esta terça-feira foi especial para os peronistas, que celebram o dia em que, em 1945, milhares de trabalhadores conseguiram a libertação do fundador de seu movimento, Juan Perón, que estava preso pelo governo de fato da época.

"O sangue que corre em mim é peronista, é genético; eu apoio tudo o que tem a ver com este projeto", disse emocionado à AFP Daniel Durán, 45, desempregado.

Assim como ele, dezenas de milhares de pessoas, de todas as idades, agitavam bandeiras no estádio Arsenal de Sarandí, subúrbio ao sul de Buenos Aires.

Do lado de fora, bandeiras com os rostos dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner (agora vice-presidente, que não compareceu ao evento), assim como de Che Guevara e Diego Maradona, tremulavam entre barraquinhas de sanduíches de linguiça.

"Vim porque concordo com todas as leis de Perón, que não devem desaparecer deste país. Tenho esperança de que o companheiro Massa vença as eleições, porque é a única solução para a Argentina", comentou Estela Díaz, uma aposentada de 64 anos.

- 'Governo de unidade' -

Massa aposta em ir para o segundo turno com Javier Milei, favorito nas pesquisas, que promete cortar os gastos públicos sem piedade e chama os peronistas no poder de "casta corrupta e parasitária".

Massa reivindicou a soberania das Ilhas Malvinas, defendeu a luta pelos direitos humanos e reafirmou o número de 30 mil desaparecidos deixados pela ditadura estimado por organizações humanitárias, temas questionados por Milei durante a campanha eleitoral, ao propor para as Malvinas uma solução semelhante à de Hong Kong e considerar que os desaparecidos foram pouco mais de 8 mil.

"Eu não gosto do Milei, porque ele tem um sentimento de ódio pelo país. Para ele, a Argentina é uma porcaria, mas ele quer governar este país. Eu não gosto, a Argentina é o melhor país do mundo. Tomara que muitas pessoas venham nesta tarde para defender todas as leis que Perón e Evita nos deram", continuou a simpatizante Estela Díaz.

No entanto, Massa, atual ministro da Economia, é acusado por seus oponentes de ser responsável pela atual crise econômica. A Argentina enfrenta uma inflação anual de quase 140% e 40% de pobreza. Desde 2018, o país tem um programa de crédito de US$ 44 bilhões (R$ 221 bilhões) com o FMI.

"Queremos discutir com o Fundo Monetário Internacional um programa que envolva o crescimento e o desenvolvimento da Argentina, e não um programa relacionado ao crescimento e ao acúmulo de reservas para que eles possam cobrar sua dívida", disse Massa.

Outra apoiadora, Micaela Aquino, 28, trabalhadora da área de saúde, disse à AFP que votará em Massa para defender seu trabalho. "O que vi da Patricia Bullrich (candidata de direita) não gostei, e o Milei simplesmente está louco".


FONTE: Estado de Minas


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