Terminar de retirar missão de paz da ONU do Mali será ‘extremamente difícil’

28 ago 2023
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A segunda fase da retirada das forças de paz da ONU do Mali, que acaba de começar, será "extremamente difícil", devido ao "calendário apertado" e às condições de segurança e de logística, afirmou o chefe da missão da ONU no país, El Ghassim Wane, nesta segunda-feira (28).

Na sequência de um pedido inesperado das autoridades militares, em 30 de junho, o Conselho de Segurança da ONU pôs fim imediato à missão dos capacetes azuis no Mali (Minusma), prevendo a retirada dos seus cerca de 13.000 militares e policiais até 31 de dezembro de 2023. Trata-se de uma retirada com um cronograma e uma complexidade sem precedentes.

"Seguimos no caminho certo para encerrar a missão em 31 de dezembro", declarou El Ghassim Wane ao Conselho de Segurança, acrescentando que até a data 1.096 soldados de paz foram repatriados para seus respectivos países.

Ele advertiu, no entanto, que "surgiram dificuldades na aplicação desta primeira fase do plano de retirada", que terminou na sexta-feira com o encerramento de um quarto acampamento, o de Ménaka (nordeste).

Nesse sentido, o encerramento do acampamento de Ber (norte), antecipado por razões de segurança, foi "revelador", afirmou.

O último comboio que partiu de Ber demorou "51 horas para percorrer os 57 quilômetros" até Timbuktu, "devido ao terreno desfavorável, à situação agravada pela estação das chuvas e à falta de segurança", sofrendo dois ataques por parte de "elementos extremistas não identificados".

Neste contexto, a segunda fase, "que iniciamos agora" e que implica no fechamento de mais seis bases até 15 de dezembro, "será extremamente difícil", frisou.

O golpe no Níger "também impacta" o plano de retirada, "que se baseia na utilização das zonas de trânsito de Cotonou e Lomé". Isso exige a passagem pelo país vizinho, completou.

Esta retirada se dá em um contexto de "paralisia" do acordo de paz de 2015 e no momento em que alguns acampamentos da Minusma, que devem ser entregues às autoridades do Mali, são cobiçados pela antiga rebelião tuaregue.


FONTE: Estado de Minas


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