RETROSPECTIVA 2023 – Tributos a Gal Costa tentam amenizar a saudade da cantora no nicho da MPB

28 dez 2023
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Show de Adriana Calcanhotto, álbum de Filipe Catto, clipe de animação com Gilberto Gil e filme estrelado por Sophie Charlotte são alentos para quem esperou em vão por gravações inéditas da artista baiana. ♪ RETROSPECTIVA 2023 – Se 2022 terminou com os seguidores da MPB ainda em choque com a morte de Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022), tão inesperada quanto inacreditável, 2023 foi ano marcado por tributos à cantora.

Para tentar amenizar a saudade do Brasil que preza a MPB, shows, discos, blocos de Carnaval, filme e livro reavivaram Gal, não pela voz inimitável – única e cristalizada nas gravações da artista – mas pelo legado, pelas conquistas e pela contribuição fundamental da cantora à cultura brasileira.

Houve tributos oportunistas, criados para faturar com a indústria da saudade. Mas houve homenagens tocantes, relevantes, à altura do que se espera de um tributo a uma artista da dimensão de Gal.

Entre abril e maio, dois meses após blocos terem ido para as ruas fazer o Carnaval de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) com o repertório da cantora, Adriana Calcanhotto serviu banquete de signos em show, Gal – Coisas sagradas permanecem, que combinou com inteligência cênica os variados ingredientes da imensa panela que gerou o canto da artista baiana.

Adriana Calcanhotto na estreia carioca do show 'Gal – Coisas sagradas permanecem' na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), em abril

Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio

Em 10 de setembro, Marina Sena subiu a um dos palcos do festival The Town, em São Paulo (SP), para dar voz ao repertório de Gal Costa em apresentação que dividiu opiniões, assim como a cinebiografia Meu nome é Gal (2023), estreada em outubro.

Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, o filme fez recorte da vida de Gal no período de 1966 a 1971, tendo como trunfo a interpretação sensível de Sophie Charlotte.

Unanimidade foi o álbum que a cantora Filipe Catto lançou em setembro, Belezas são coisas acesas por dentro, com alma roqueira que evocou o caráter transgressor de Gal Costa nos anos 1960.

Era para ter sido somente um show, estreado por Catto em maio, mas o DJ Zé Pedro assistiu a esse show na primeira apresentação e convenceu a cantora a registrar o suprassumo do roteiro em estúdio, gerando álbum presente em nove entre dez listas de melhores discos de 2023.

Capa do álbum 'Belezas são coisas acesas por dentro', de Filipe Catto

Juliana Rubin

Em outubro, Gal virou personagem de animação no clipe de Barato total (Gilberto Gil, 1974), música lançada por Gal e revivida por Gil em gravação feita para a Rádio Bita, braço projeto de animação infantil Mundo Bita.

Ao longo do ano, a cantora Assucena percorreu o Brasil com o show Baby, te amo – Tributo a Gal Costa, desdobramento do espetáculo idealizado e estreado pela artista em 2021 para celebrar os 50 anos do álbum Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971).

Na área literária, o ensaio A todo vapor – O tropicalismo segundo Gal Costa, da pesquisadora e professora Taissa Maia, gerou (raso) livro editado em novembro.

Foi mais um alento para quem anseia por edições de gravações inéditas de Gal. Há várias nos acervos das gravadoras e de alguns pesquisadores musicais, mas nenhuma veio à tona. Tampouco foi lançado o alardeado álbum ao vivo com a gravação do último show de Gal, feito em setembro de 2022 no festival paulistano Coala.

Contudo, a voz de Gal Costa ecoa cristalina na memória de quem a viu cantar ao vivo e de quem ouviu e ainda ouve os discos da imortal cantora.

Gilberto Gil (à esquerda) e Gal Costa no clipe de 'Barato total', lançado em outubro

Divulgação

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FONTE: G1 Globo


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