O kibutz de Kfar Aza, onde o Hamas massacrou mais de cem civis israelenses

10 out 2023
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Junto com três bicicletas infantis, estão seis sacos mortuários. E ao fundo, os corpos dos agressores palestinos. Esta é uma das cenas deixadas pelo massacre de mais de cem civis israelenses pelo grupo islamita Hamas no kibutz de Kfar Aza.

A fazenda coletiva foi invadida no sábado pelos milicianos do movimento palestino, infiltrados a partir da Faixa de Gaza, a apenas dois quilômetros de distância.

Os agressores "incendiaram as casas para forçar os ocupantes a sair" e então abriram fogo contra eles, conta Omer Barak, um oficial israelense de 24 anos.

"Mas muitos preferiram morrer queimados ou intoxicados pela fumaça, em vez de morrer nas mãos dos terroristas", diz ele. "Encontramos muitos cadáveres dentro das casas".

O oficial, que lutou com seus colegas por dois dias para liberar Kfar Aza, diz ter se sentido "aterrorizado" com o que encontrou no kibutz.

"Eu nunca vi nada pior. Fiquei arrasado ao ver os corpos de duas crianças assassinadas".

"Quando retiramos os corpos dos civis, das crianças, pensei no general Eisenhower, quando viu os campos da morte na Europa", diz o general da reserva Itai Veruv à imprensa.

Em Kfar Aza, uma cooperativa com gramados bem aparados entre as casas, o cheiro de morte é onipresente. O local está cheio de restos dos agressores, reconhecíveis por seus coletes à prova de balas pretos, alguns inchados pelo efeito da decomposição.

Os últimos corpos dos habitantes estavam sendo retirados nesta terça-feira.

Em outro ponto, os restos de um agressor, partido ao meio, jazem ao lado de abrigos antiaéreos onde os moradores se refugiaram. Alguns têm sinais de terem sido atingidos por explosões na altura das janelas.

"Os terroristas lançaram granadas dentro. Ninguém sobreviveu", suspira Itai Veruv.

Entre os destroços, um patinete pulverizado, um pequeno capacete rosa deixado em cima de uma mesa, uma máquina de lavar parcialmente destruída, um caminhão incendiado. A violência é chocante em um local habitado por civis.

Segundo o general Veruv, "70 terroristas armados e treinados" atacaram Kfar Aza por volta das seis e meia da manhã de sábado, com a intenção de causar "um massacre".

Devido à curta distância de Gaza, os agressores chegaram rapidamente ao kibutz, que as forças israelenses não conseguiram liberar completamente até a madrugada desta terça-feira.

Vários militares israelenses consultados pela AFP falam em mais de 100 civis mortos, e até mesmo 150 nesta cooperativa agrícola.

- "Não estávamos preparados" -

"Até agora não consigo acreditar no que vejo. Essas são imagens típicas da Ucrânia ou das coisas feitas pelo Estado Islâmico", observa um reservista israelense.

Um empresário de Tel Aviv, que não quer se identificar, veio no sábado para libertar Kfar Aza e outras localidades próximas.

"Eu queria a paz. É a única solução, mas não podemos ter paz com o Hamas", afirma ele.

Nesta terça-feira, enquanto o exército se retirava progressivamente do local, os cantos dos pássaros voltaram a ser ouvidos, intercalados com os disparos de obuses israelenses em direção a Gaza e o som dos foguetes palestinos interceptados pelo sistema de defesa Cúpula de Ferro.

A poucos quilômetros da cooperativa, um pesado dispositivo militar avança em direção à Faixa de Gaza, para um combate que os soldados estão ansiosos para travar. O Exército israelense bombardeou por enquanto centenas de alvos neste território palestino por ar e deixou mais de 750 mortos, segundo as autoridades locais.

O Hamas "atacou casas de civis. Não estávamos preparados", constata o general Veruv. "Eles pagarão por isso".


FONTE: Estado de Minas


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